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quinta-feira, 14 de março de 2013

PERFIL HERIBERTO CATALÃO



Por: Ariana Silvia

Estrada do Macurany, Bairro do Jacareacanga, uma manhã bastante chuvosa, em uma sala restrita da coordenação acadêmica da Universidade Federal do Amazonas. Lá está ele, desta vez sem o cigarro. Afinal, está no ambiente de trabalho e mesmo sabendo que vai ser apenas uma conversa com uma simples aluna, a sua postura é a mesma da sala de aula. Expressão séria, porém bastante elegante e simpático, tem a delicadeza ao dizer que está um pouquinho ocupado, mas, com um sorriso no rosto pede para esperar enquanto digita algo. Assim é o jornalista Antônio Heriberto Catalão Júnior, quando lhe pedem que conte um pouco da sua vida.
Teve certo receio com o que deveria dizer ou não, mas, não se conteve ao falar da paixão pelo jornalismo, que nasceu ainda quando ele era criança, em Araracuara, sua cidade no interior de São Paulo. O mundo de Catalão sempre foi cercado das letras e da leitura, desde os seis anos de idade nunca se viu sem o jornalismo. Falando que seu pai sempre assinou um jornal muito conhecido, chamado Folha de São Paulo. “Eu abria o caderno todos os dias e ficava olhando as figuras, o formato das letras, os quadrinhos, enfim. Nunca me ví sem essa realidade”. Catalão não poderia falar de sua trajetória de vida sem falar dos seus pais que segundo ele, foram sua principal influência nos estudos. Eles o incentivaram a vida toda e prezavam muito pela sua educação. “Meus pais de certeza tiveram um papel fundamental na minha formação, eles foram importantes sim, disso eu não tenho dúvidas.”
Mesmo gostando da leitura e dos jornais, Heriberto Catalão custou descobrir o que realmente queria fazer. Primeiro cursou dois anos de Ciências Sociais e em seguida o curso de Direito, mas, abandonou. Só depois estudou Comunicação com Habilitação em Jornalismo e aí sim, encontrou o gosto pela profissão. A cidadezinha de Vilhena, no estado de Rondônia foi um dos lugares onde o jornalista deu sequência a sua caminhada na academia. Em seguida mudou-se para Parintins, onde vive atualmente e desempenha seu trabalho como professor e diretor do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (Icsez).
Logo que Catalão se formou na Faculdade, começou a trabalhar na área de comunicação, mas, o que o doutor realmente queria, era fazer parte da academia, contribuindo com o processo de construção do conhecimento, o desejo era tanto que logo em seguida começou dar aulas em algumas instituições. Ele e a ex- mulher davam aulas em universidades privadas, porém, não tinham estabilidade nenhuma e por questão de segurança decidiram prestar concursos no estado do Amazonas. Quando Catalão foi indagado se teve dificuldades de adaptação ao chegar à cidade, o sorriso no rosto do doutor resplandeceu e não conteve o brilho nos olhos.
Por incrível que pareça, ele não teve nenhum problema que o fizesse voltar atrás, porque Catalão já tinha passado pela experiência de ter morado em outras cidades pequenas da região norte e isso facilitou bastante, mesmo sabendo que seria uma experiência nova em sua vida. Em 2007, quando Catalão chegou a Parintins, a Ufam estava começando e o curso de comunicação também, só havia uma professora específica da área e se chamava Soriany Neves, que estava se ausentando do trabalho para ir fazer mestrado. Catalão disse que foi naquele momento que se sentiu na obrigação de ajudar a levar o curso em frente.
Catalão disse que por coincidência do destino ele foi morar próximo do curral do boi azul, (Caprichoso) e isso fez com que a sua paixão pela cidade aumentasse ainda mais. Ele contou que Parintins já faz parte de sua vida em todos os aspectos e que o vínculo que construiu com os parintinenses é muito grande e forte, igualmente ao que construiu em sua terra. E ele fez questão de deixar bem claro. “O vínculo que eu construí aqui é o mesmo que eu fiz lá na minha terra. Quer dizer, na minha terra não, de onde eu vim. Porque a minha terra é aqui, eu gosto muito de Parintins”.
Mas não para por aí, Heriberto também se divide em dois, para dar conta de outros aspectos de sua vida além da administração do Icsez e das aulas ministradas no curso de comunicação da Ufam. Existe um lado sensível do professor, que vai além das ironias dele em sala de aula, quando exige em dose triplicada o que os professores de outras disciplinas cobram. Isso faz parte do perfil profissional de Catalão, disciplina é qualidade que seus alunos têm que adquirir, ele cobra bastante, todos precisam ser determinados e acíma de tudo pontuais, pois ele não permite atrasos com atividades pedagógicas.
Tolerância mesmo, só existe para o seu filho Rodrigo, de 04 anos, que mora em Belém do Pará.  Muitas das vezes, ele já deixou escapulir os paparicos que tem com o garoto, conta historias do menino e até imita a fala de Rodrigo. Atualmente a maior dificuldade de Catalão tem sido enfrentar a distância que tem de Rodrigo. Ele disse que recentemente tirou uma semana do seu tempo exclusivamente para ficar com ele lá em Belém, os dois aproveitaram o máximo que puderam, mas, o fato de estarem longe um do outro, é o que mais tem preocupado Catalão. Os colegas de trabalho possuem uma visão positiva do amigo, muitos o definem como um homem refinado e muito ético. Sua colega de trabalho, a professora Maria Audirene Cordeiro chegou a confessar que já bateu de frente com Catalão muitas vezes, em reuniões e discussõe que tiveram, mas, suas atitudes são sempre muito maduras.
Catalão reafirma que tem uma convivência boa com os outros professores e que parte deles possui uma relação mais do que profissional com ele, uma grande amizade.  Ele disse que no Icsez nunca houve algum problema com eles e que sua relação é de profundo respeito pelos colegas, até mesmo em sala de aula nunca teve ou gerou situações contrárias que o comprometesse, mantendo uma relação muito boa e positiva com os funcionários, alunos e professores.
Catalão também falou da profunda amizade que construiu com Maria Audirene, sua grande amiga, pela qual diz ter uma admiração imensa e que se identifica bastante com ela, porque possuem pontos de vistas parecidos, apesar de divergirem em algumas ocasiões. Ele considera que isso faz parte do convívio e quando chegou a Parintins, Audirene o ajudou bastante.
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­Na sala da diretoria, uma foto do filho ainda bebê de colo, uns biscoitos no frigobar e as muitas risadas que ele dá ao dizer que a única pessoa que enche bastante o seu saco é a sua secretária Suzane, que fica pegando no seu pé toda hora, lembrando as coisas que ele tem de fazer. E termina a conversa. “Fora isso,tá tudo tranquiloo...” disse ele, com risadas e olhar irônico.
 Antônio Heriberto Catalão Júnior nasceu no dia 10 de Novembro de 1971, na cidade de Valparaíso–SP, fez mestrado em Hospitalidade: Planejamento e Gestão Estratégica, pela Anhenbí Morumbí Universiadade.  Possue Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Unesp.

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