Por:
Ariana Silvia
Estrada do Macurany, Bairro do Jacareacanga, uma manhã bastante
chuvosa, em uma sala restrita da coordenação acadêmica da Universidade Federal
do Amazonas. Lá está ele, desta vez sem o cigarro. Afinal, está no ambiente de
trabalho e mesmo sabendo que vai ser apenas uma conversa com uma simples aluna,
a sua postura é a mesma da sala de aula. Expressão séria, porém bastante
elegante e simpático, tem a delicadeza ao dizer que está um pouquinho ocupado,
mas, com um sorriso no rosto pede para esperar enquanto digita algo. Assim é o
jornalista Antônio Heriberto Catalão Júnior, quando lhe pedem que conte um pouco
da sua vida.
Teve certo receio com o que deveria dizer ou não, mas, não se conteve
ao falar da paixão pelo jornalismo, que nasceu ainda quando ele era criança, em
Araracuara, sua cidade no interior de São Paulo. O mundo de Catalão sempre foi
cercado das letras e da leitura, desde os seis anos de idade nunca se viu sem o
jornalismo. Falando que seu pai sempre assinou um jornal muito conhecido,
chamado Folha de São Paulo. “Eu abria o
caderno todos os dias e ficava olhando as figuras, o formato das letras, os quadrinhos,
enfim. Nunca me ví sem essa realidade”. Catalão não poderia falar de sua
trajetória de vida sem falar dos seus pais que segundo ele, foram sua principal
influência nos estudos. Eles o incentivaram a vida toda e prezavam muito pela
sua educação. “Meus pais de certeza
tiveram um papel fundamental na minha formação, eles foram importantes sim, disso
eu não tenho dúvidas.”
Mesmo gostando da leitura e dos jornais, Heriberto Catalão custou
descobrir o que realmente queria fazer. Primeiro cursou dois anos de Ciências Sociais
e em seguida o curso de Direito, mas, abandonou. Só depois estudou Comunicação
com Habilitação em Jornalismo e aí sim, encontrou o gosto pela profissão. A cidadezinha
de Vilhena, no estado de Rondônia foi um dos lugares onde o jornalista deu sequência
a sua caminhada na academia. Em seguida mudou-se para Parintins, onde vive atualmente
e desempenha seu trabalho como professor e diretor do Instituto de Ciências
Sociais, Educação e Zootecnia (Icsez).
Logo que Catalão se formou na Faculdade, começou a trabalhar na área
de comunicação, mas, o que o doutor realmente queria, era fazer parte da
academia, contribuindo com o processo de construção do conhecimento, o desejo
era tanto que logo em seguida começou dar aulas em algumas instituições. Ele e
a ex- mulher davam aulas em universidades privadas, porém, não tinham
estabilidade nenhuma e por questão de segurança decidiram prestar concursos no
estado do Amazonas. Quando Catalão foi indagado se teve dificuldades de
adaptação ao chegar à cidade, o sorriso no rosto do doutor resplandeceu e não
conteve o brilho nos olhos.
Por incrível que pareça, ele não teve nenhum problema que o fizesse
voltar atrás, porque Catalão já tinha passado pela experiência de ter morado em
outras cidades pequenas da região norte e isso facilitou bastante, mesmo
sabendo que seria uma experiência nova em sua vida. Em 2007, quando Catalão
chegou a Parintins, a Ufam estava começando e o curso de comunicação também, só
havia uma professora específica da área e se chamava Soriany Neves, que estava
se ausentando do trabalho para ir fazer mestrado. Catalão disse que foi naquele
momento que se sentiu na obrigação de ajudar a levar o curso em frente.
Catalão disse que por coincidência do destino ele foi morar próximo do
curral do boi azul, (Caprichoso) e isso fez com que a sua paixão pela cidade
aumentasse ainda mais. Ele contou que Parintins já faz parte de sua vida em
todos os aspectos e que o vínculo que construiu com os parintinenses é muito
grande e forte, igualmente ao que construiu em sua terra. E ele fez questão de
deixar bem claro. “O vínculo que eu construí aqui é o mesmo que eu fiz lá na
minha terra. Quer dizer, na minha terra não, de onde eu vim. Porque a minha
terra é aqui, eu gosto muito de Parintins”.
Mas não para por aí, Heriberto também se divide em dois, para dar
conta de outros aspectos de sua vida além da administração do Icsez e das aulas
ministradas no curso de comunicação da Ufam. Existe um lado sensível do professor,
que vai além das ironias dele em sala de aula, quando exige em dose triplicada
o que os professores de outras disciplinas cobram. Isso faz parte do perfil
profissional de Catalão, disciplina é qualidade que seus alunos têm que adquirir,
ele cobra bastante, todos precisam ser determinados e acíma de tudo pontuais, pois
ele não permite atrasos com atividades pedagógicas.
Tolerância mesmo, só existe para o seu filho Rodrigo, de 04 anos, que
mora em Belém do Pará. Muitas das vezes,
ele já deixou escapulir os paparicos que tem com o garoto, conta historias do
menino e até imita a fala de Rodrigo. Atualmente a maior dificuldade de Catalão
tem sido enfrentar a distância que tem de Rodrigo. Ele disse que recentemente
tirou uma semana do seu tempo exclusivamente para ficar com ele lá em Belém, os
dois aproveitaram o máximo que puderam, mas, o fato de estarem longe um do
outro, é o que mais tem preocupado Catalão. Os colegas de trabalho possuem uma
visão positiva do amigo, muitos o definem como um homem refinado e muito ético.
Sua colega de trabalho, a professora Maria Audirene Cordeiro chegou a confessar
que já bateu de frente com Catalão muitas vezes, em reuniões e discussõe que
tiveram, mas, suas atitudes são sempre muito maduras.
Catalão reafirma que tem uma convivência boa com os outros professores
e que parte deles possui uma relação mais do que profissional com ele, uma grande
amizade. Ele disse que no Icsez nunca
houve algum problema com eles e que sua relação é de profundo respeito pelos
colegas, até mesmo em sala de aula nunca teve ou gerou situações contrárias que
o comprometesse, mantendo uma relação muito boa e positiva com os funcionários,
alunos e professores.
Catalão também falou da profunda amizade que construiu com Maria
Audirene, sua grande amiga, pela qual diz ter uma admiração imensa e que se
identifica bastante com ela, porque possuem pontos de vistas parecidos, apesar
de divergirem em algumas ocasiões. Ele considera que isso faz parte do convívio
e quando chegou a Parintins, Audirene o ajudou bastante.
Na sala da diretoria, uma foto do filho ainda bebê
de colo, uns biscoitos no frigobar e as muitas risadas que ele dá ao dizer que
a única pessoa que enche bastante o seu saco é a sua secretária Suzane, que
fica pegando no seu pé toda hora, lembrando as coisas que ele tem de fazer. E
termina a conversa. “Fora isso,tá tudo
tranquiloo...” disse ele, com risadas e olhar irônico.
Antônio Heriberto Catalão
Júnior nasceu no dia 10 de Novembro de 1971, na cidade de Valparaíso–SP, fez
mestrado em Hospitalidade: Planejamento e Gestão Estratégica, pela Anhenbí
Morumbí Universiadade. Possue Doutorado
em Linguística e Língua Portuguesa na Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” – Unesp.
um perfeito trabalho colega.
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