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segunda-feira, 4 de março de 2013

Entrevista ping-pong com Antônio Catalão

 Por Ariana Silvia

O Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (Icsez) da Universidade Federal do Amazonas em Parintins, realizou no mês de Janeiro a eleição para a escolha dos novos representantes dos discentes no Conselho Diretor da instituição, o Consedir. E o diretor da unidade acadêmica, Antônio Heriberto Catalão Júnior, em entrevista exclusiva, disse que a ideia é que os acadêmicos queiram ter discentes que possam representá-los nas escolhas de decisões do conselho, que tem um papel fundamental nas conquistas da comunidade acadêmica, por ser a instância maior e mais importante do Icsez. Catalão também fez considerações sobre o seu desempenho juntamente com outros conselheiros do Consedir na sua gestão, e falou da importância da escolha e o papel que desempenharão com o restante da equipe. O diretor também falou dos problemas gerados pela greve e fez avaliação do seu mandato.

Ariana Sylvia: Tendo em vista a eleição do CONSEDIR que está se aproximando, o senhor como diretor do ICSEZ, como vê o fato da livre escolha dos discentes por representantes que possam concorrer para fazer parte do Conselho?
Antônio Catalão: Eu acho que é fundamental para a vida acadêmica que os discentes tenham essa representação no conselho, que sejam representantes escolhidos por eles mesmos, tendo em vista que isso é uma conquista histórica do movimento estudantil e não só do movimento estudantil, quanto de toda a comunidade. Tanto acho que propus isso ao conselho diretor, já que nós esperávamos que no primeiro momento eles próprios se organizassem. Como não houve essa atitude por parte dos estudantes, então tivemos a iniciativa de formar uma comissão que pudesse desencadear esse processo, justamente para que eles não ficassem mais tempo sem sua representação no conselho, uma vez que é o conselho máximo da nossa comunidade acadêmica.

A.S: Os representantes que forem escolhidos, o que irão fazer? Apenas fiscalizar ou suas opiniões influenciarão na decisão do conselho? O senhor pode nos fazer uma prévia e traçar um perfil desse tipo de atuação ou como deverão atuar?
A.C: Os representantes discentes participam de todas as discussões, são membros normais do  nosso conselho. Por exemplo, ontem realizamos a nossa reunião extraordinária, foram decididas  muitas coisas como solicitação de salas da antiga UFAM por parte de um professor, projetos, pedidos de alunos que tiveram problemas na solicitação de matrículas, estágio probatório, pedido de progressão da carreira dos professores, isso apenas o que decidimos na reunião do mês de janeiro, ou seja, todas as decisões mesmo. Faz um ano mais ou menos que nós decidimos que a casa estudantil seria construída aqui no nosso campus, que estava prevista para ser no centro da cidade. Havia uma demanda de alunos e decidimos trazê-la para cá, levamos para o Conselho Diretor e juntos decidimos isso, quer dizer, todas essas discussões passam pelo Conselho, então é importante que os representantes sejam ativos nessa discussão, portanto é essencial a participação deles, a opinião, a decisão e o voto dos representantes tem o mesmo peso que dos outros conselheiros. Portanto eles atuarão desta forma.

A.S: Os últimos representantes dos discentes no conselho eram estudantes de jornalismo. O senhor consegue fazer uma avaliação, no seu ponto de vista, da atuação deles?
A.C: Eu acho que eles atuaram bem. Eles foram eleitos em situações diferentes, então o Thiago Godinho entrou primeiro e teve uma atuação mais ampla pelo tempo maior em que ficou, mas eu acho que os dois tiveram uma boa atuação. O João Áreo assumiu em 2011 quando eu já estava na gestão, depois tivemos a greve e em seguida, quando retornamos, ele já estava defendendo o TCC, mas pelo tempo que ficou desempenhou uma atuação significativa e acho que os estudantes foram bem representados nesse período em que tiveram uma participação excelente.  No tempo em que ficaram nos ajudaram bastante e foram muito importantes no conselho.

A.S: Aproveitando o gancho desta oportunidade, sabemos que a greve desarticulou ou desestabilizou muitas coisas no ICSEZ, deduzimos então que deve ter sido muito difícil para o senhor como diretor deste instituto. Como conseguiu lidar com esta situação?
A.C: Não existe greve sem perda, não existe greve sem prejuízos, aliás, esta é a própria finalidade da greve. Ouve sim uma série de dificuldades com relação ao calendário acadêmico e da parte administrativa, licitações que não foram feitas, projetos que deveriam ter andado e não puderam andar, porque a greve não foi só dos professores, a greve foi dos técnicos também, ou seja, dos servidores federais e eu sempre fiz questão como diretor, de apoiar a greve. Eu não sou diretor, eu estou diretor, eu sou um professor e fiz questão de deixar  isso bem claro  e firmar esse compromisso com a minha categoria. Da nossa parte nós elaboramos documentos e enviamos e-mails para outras unidades acadêmicas, articulamos e fizemos um documento oficial  de apoio. A greve sempre traz dificuldades, porque esse é o seu propósito, nós como membros, sentimos muito, mas, é importante uma reivindicação como essa, fizemos questão de participar desse movimento, de uma maneira ativa, achamos que naquele momento era o mais importante a fazer.

A.S: Já fazem quase 2 anos da sua gestão no ICSEZ. Quanto a ela, o que foi feito? Há algum plano ou projeto que não foi realizado. Qual?
A.C: Estamos nos aproximando da metade do mandato e a greve atrasou muito, por exemplo, a licitação da casa dos estudantes. Nós estamos andando com a construção do bloco específico do curso de artes, existe o projeto do restaurante universitário, que ficou parado por causa da greve também, já entregamos o projeto arquitetônico do restaurante, mas, isso não é daqui é de lá, um problema resolvido por lá. Nós estamos esperando. Fora os prejuízos administrativos, tivemos prejuízos financeiros em que o governo contingenciou, como verbas federais que voltaram, porque o governo estabelece um prazo para aplicar o dinheiro e com a greve, tivemos dificuldade de estabelecer uma ementa orçamentária, o que fez com que a quantia fosse contingenciada. Só neste período de greve, tivemos um prejuízo de 13 bilhões de reais que estavam previsto por emendas parlamentarias que talvez nem tanto  culpa da greve, mas de origem mais política do que propriamente técnica.

A.S: Com relação ao seu desempenho de diretor, como o senhor avalia? Quais as suas considerações?
A.C: Olha, eu faço uma avaliação positiva que se e estende a toda uma equipe  que desempenhou um papel muito importante. Do ponto de vista administrativo e a toda comunidade, afinal, muitas coisas foram feitas desde que chegamos aqui até o atual momento. Os nossos professores, alunos e técnicos avançaram,as nossas conquistas foram no sentido amplo. Tivemos a ampliação do auditório, colocamos cadeiras melhores e mais confortáveis, equipamos os nossos laboratórios com bastantes materiais e quem estudou aqui antes da nossa administração sabe disso. Tivemos a construção do nosso ginásio poliesportivo que ficou pronto, foram conquistas coletivas. Mobiliamos todas as salas dos professores, que quando nós assumimos, não tínhamos nem cadeiras. Aumentamos o número de livros em 40% na biblioteca, os números de Pibics, quase quadriplicaram de 12 para 40. Tem conquistas que precisamos mencionar, mas ainda existem coisas que precisam ser feitas e estamos no processo de transformação de unidade acadêmica para Universidade, o que facilitará na construção do nosso próprio plano orçamentário que contribuirá muito para a comunidade em geral.

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