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segunda-feira, 18 de março de 2013

Entrevista Perfil com Fernanda Soares

Por Evailza Pantoja

 
            Nascida no dia 22 de maio de 1990, a bela parintinense Fernanda Pimentel Soares, filha da dona de casa Maria Ordenia Pimentel Soares e Fernando Oliveira Soares, é a quarta de cinco filhas. Estudou o jardim de infância no Chapeuzinho Vermelho e o ensino fundamental na escola Geny Bentes.
            Sua adolescência foi um pouco complicada na escola, ela sofreu bulling, por ser gordinha e morena. Foi um período difícil, ela teve traumas psicológicos pelo fato de ser agredida verbalmente pelos colegas de aula. Para emagrecer tomava vinagre com sal. Em decorrência disso, teve uma grave gastrite, mas emagreceu e conseguiu ter um corpo perfeito que sempre sonhou.
            Silvia Soares, a sua segunda irmã viajou para o Japão com o marido, na cidade de Takaoka, próximo a Nagoya, quando Fernanda tinha apenas 14 anos. Como ela era muito próxima da Silvia, sofreu muito com a ida da irmã, pelo fato de saber que ela iria morar em outro país e que custaria vê-la. Já faz nove anos que ela não vê a irmã e nem a filha que a irmã dela teve no Japão.
            Com 15 anos de idade, Fernanda já trabalhava na Coca-Cola como recepcionista no aeroporto e no porto de Parintins. Em 2006 foi estudar o ensino médio na escola estadual Senador João Bosco Ramos de Lima. Nesse mesmo ano consegue trabalhar como pesquisadora na Secretaria de Turismo do Amazonas.
            Fernanda já teve a experiência de viajar para o exterior, conheceu uma das cidades da Venezuela, Margarita, no qual ela foi com um grupo de amigos a passeio e ficaram uma semana na cidade.  Em 2007, ela viajou para Rio Branco a convite do namorado. Conheceu o estado de Rondônia, a capital Porto Velho, e as cidades Cacoal e Vilhena, está última cidade ela foi para conhecer uma festa popular. A última viagem que ela fez foi para o estado de São Paulo, no município de Araçatuba, de férias com uma das irmãs.
            Quando terminou o ensino médio, no ano de 2009, ela passou no vestibular da Universidade do Estado do Amazonas, em Tecnologia e Gestão em Turismo. Nesse mesmo ano em junho, ela conseguiu o primeiro trabalho de carteira assinada no Posto Brasileiro no cargo de frentista. Em setembro de 2012 ela se tornou gerente do Posto Parintins, esse posto faz parte da empresa Caçapava, mas ela só ficou por um mês, pois o cargo requeria muito tempo dela. Com isso atrapalhavam a finalização da monografia do curso, então, ela pede para sair do cargo e volta a ser frentista de novo, pois só trabalhava de manhã. Mas por ser uma pessoa competente não demorou muito como frentista. Em dezembro ela se torna Gerente de RH no posto Caçapava.
            A professora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), MS.c Socorro Paiva irá transformar a monografia da Fernanda em um artigo científico, para em seguida ser publicado numa revista. Fernanda vai fazer a colação em 28 de fevereiro de 2013, ela vai ser a juramentista na cerimônia de formatura.
            Enfim, Fernanda é uma pessoa de auto astral, sempre alegre e de bem com a vida, e amiga de todos que a consideram, assim um de seus amigos Jorge Pedreno a classifica.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Entrevista perfil com Marcivone Seixas

Por: Kethleen  Rebêlo
 É impossível falar da Associação dos Catadores de Lixo de Parintins (Ascalpin) sem mencionar o nome de Marcivone Casemiro de Seixas. Seus cabelos negros, a pele bronzeada do árduo trabalho que exerce e o jeito simples de falar e agir, mostram a pureza desta catadora de sonhos. A maneira em que cada palavra era pronunciada e o modo humilde em dividir cada sonho relatado, são a marca registrada dessa mulher trabalhadora. Dizem os amigos de trabalho que Marcivone nunca foi de muita conversa, mas pôde-se perceber que quando o assunto é o trabalho na Ascalpin, a jovem trabalhadora não economiza as palavras. Em um diálogo no seu ambiente de serviço, constituía-se o cenário de nosso conversa, um lugar atulhado de resíduos sólidos, de pouca ventilação e com cheiro do trabalho intenso daquelas pessoas que ali frequentam.
Natural de Barreirinha-AM, onde concluiu o ensino médio, Marcivone conta que morava com seus pais e que teve uma infância um pouco difícil, contudo, em momento algum reclama da convivência ou dificuldades, pelo contrário, é notório o brilho em seus olhos quando fala de sua escalada de vida. Apesar de não falar muito do assunto, ela conta que sua trajetória foi primordial para realizar suas escolhas e traçar seus objetivos de vida.
De acordo com as dificuldades e obstáculos que lhes foram propostos, Marcivone se tornou uma mulher trabalhadora, guerreira e que sempre lutou pelos seus direitos. Hoje, caminhando pros seus 30 anos de vida, vive em união estável, é mãe de quatro filhos e ainda tem que conciliar o trabalho de dona do lar e presidente da Associação. Marcivone conta que chegou a Parintins aos 22 anos, trabalhou em um frigorifico e também foi doméstica. Seu trabalho na Ascalpin iniciou no final do ano de 2007, o dividia com cerca de sessenta associados, sendo que hoje há somente quinze pessoas desenvolvendo este trabalho, e apenas 2 pessoas são associados antigos.
No início do trabalho na Associação, Marcivone conta que teve a experiência de ir à lixeira pública do município para coletar o lixo durante pouco mais de um ano, e os catadores mais antigos já trabalhavam lá há 6 anos, porém, nos dias atuais, eles não realizam mais esse trabalho. Conhecedora das leis dos resíduos sólidos, a presidente conta que sonha com o dia em que será aprovada a aplicação de multa nos comerciantes e nas pessoas que não separam seus lixos produzidos. Marcivone trabalha na ASCALPIN há 6 anos e está na presidência há 3 anos. Ela conta que não se imagina trabalhando em outro lugar, pois gosta muito do trabalho que exerce, o qual faz com dedicação e aplicação. No mês de março de 2013 haverá uma nova eleição para a presidência da Associação e ela diz que irá concorrer para então poder continuar exercendo a colocação.
Sobre a função desenvolvida na Associação, Marcivone fala que acha muito importante o trabalho que desempenha, pois os membros da associação, bem como todos os que ajudam direta e indiretamente, contribuem de forma significante para a preservação do meio ambiente. A catadora de resíduos sólidos conta que atualmente o tema preservação vem sendo mais pensado e discutido, e, aliado ao desenvolvimento sustentável e reciclagem formam uma equipe forte em prol de um melhor futuro para o planeta e para a sobrevivência humana. “O catador de material reciclável é um trabalhador urbano que recolhe os resíduos sólidos recicláveis, tais como papelão, alumínio, vidros e outros. Assim ajuda de forma primordial e significativa para a preservação do meio ambiente”, relata a jovem presidente.
Marcivone encerra dizendo que todas as vezes que é possível, conta sua história de vida para seus quatro filhos e os sugere continuar desempenhando esse trabalho admirável, pois a cada experiência adquirida e a cada objetivo alcançado, a força de vontade em continuar desenvolvendo este trabalho voluntário e consciente para algo que beneficia o mundo e a sociedade aumenta mais e mais.

Entrevista perfil com Rafael Bellan

  Por: Beatriz Souza
Sob a mesa, uma garrafa de vinho branco compunha a escrivaninha, junto a alguns livros e uma pequena garrafa de cachaça amarela com símbolo do seu time, Palmeiras. Rafael Bellan Rodrigues de Souza, 31 anos, pai da pequena e adorável Anita, é professor de comunicação social na Universidade Federal do Amazonas, tem um currículo apresentável, ou melhor, e extenso por sinal.
Possui doutorado em Sociologia na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), mestrado em Comunicação Midiática pela UNESP (2006) e graduação em Comunicação Social - Jornalismo também pela UNESP (2003).
Passou em uma das universidades públicas mais disputadas, era aluno do movimento estudantil sempre engajado, além de participar de movimentos de ocupação junto com Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. (MST). Depois de concluir sua graduação, passou direto para o mestrado, e ao concluí-lo trabalhou um pouco como jornalista na assessoria de imprensa e coordenador da radio universitária na Universidade federal de são Carlos (UFSC). Lá começou a se envolver com aula. Na verdade, a ideia de ser professor surgiu no momento em que estava fazendo o mestrado. Lá descobriu que queria isso para o resto da vida, em suas palavras “Não queria só ficar fazendo lead”, embora gostasse de ser jornalista, percebeu que tinha um potencial maior pra estudar, pesquisar e escrever.
Logo depois, surgiu a oportunidade de fazer jornalismo cultural, topou o convite de ser editor de história em quadrinhos em São Paulo capital, e isso caiu como uma luva, sendo que, sempre gostou e teve uma afinidade com quadrinhos. E nesse mesmo momento teve a felicidade de passar no doutorado, mas, ao mesmo tempo como disse ele “Aí eu fiquei lascado morando em são Paulo capital, trabalhando 8 horas por dia e ainda fazendo doutorado, eu lia no metro pendurado, tinha que soltar uma das mãos pra sublinhar algo no livro. Tinha que ralar pra estudar, e foi uma loucura”.
Com tudo isso teve um impasse, a situação era meio incompatível, a vida profissional deslocada de uma vida acadêmica. E a oportunidade de se manter na área profissional universitária surgiu quando apareceu o concurso público pra Parintins. Então largou os quadrinhos e se fixou na área por lá. Disse já ter ouvido falar da terra do boi-bumbá, “Alias já sabia antes de Parintins, quando vi aquelas mulheres bonitas dançando com penas, requebrando os quadris na televisão. Achava bacana Garantido e Caprichoso, sempre soube que o vermelho é mais bacana porque, sempre tive esse envolvimento com vermelho” (risos).
Uma das guinadas profissionais e importantes já conquistadas até hoje é a carreira acadêmica que escolheu seguir. Sempre gostou de falar e ser ouvido, além do mais pesquisar é uma das coisas que gosta de fazer, e disse ele todo empolgado: “Consegui juntar duas perspectivas que eu sempre tive que é de produzir coisas, ler, estudar e ganhar para estudar, ou seja, tenho o melhor emprego do mundo”.
Um dos pontos que chamou atenção em suas palavras foi quando falou: “Eu tenho liberdade, tenho autonomia de enfoque. Ninguém vai calar a minha boca, eu posso falar o que eu quiser, e eu já tive vários constrangimentos profissionais por falar o que eu queria”. Conquistou muitas coisas e uma delas é essa autonomia a que ele se refere algo que ninguém pode tirar. Segundo ele hoje, é normal em seu trabalho haver esses constrangimentos, sabia que ao entrar nessa profissão iria passar por isso.
Um dos momentos marcantes em sua vida pessoal foi quando saiu de casa aos 18 anos, para estudar jornalismo e morar sozinho, com a vontade de dominar o mundo intelectual. O segundo momento foi seu casamento. Conheceu Claudia no ultimo ano da graduação, ela também engajada nos movimentos estudantis, e logo depois de três meses de namoro já estavam casados. Ela também se tornou professora e isso facilitou muito, “Além de ser uma companheira muito legal, liberal, nunca foi ciumenta, e pensamos muito parecidos”. E outro momento importante muito especial em sua vida pessoal, foi a chegada da Anita, sua filha. “Anita é um brilho, o sorriso dela ilumina o mundo todo, ela é uma graça, apaixonante. Ser pai é muito bacana, e eu pude ser pai adotivo por ser pai de verdade. Fui pai e mãe, eu dei mamadeira, troquei fralda, dei banho, fazia comida”, diz ser um pai coruja.
Aos finais de semana e horas livres gosta de ver filmes, ler quadrinhos, gosta de sair pra beber, conversar, e gosta muito desse universo de leitura. Um dos filmes que marcaram sua vida foi Clube da Luta, onde constrói o modelo de consumo. O filme oito e meio do Frederico Feline, e também o Diário de motocicleta, que fala sobre a juventude de Guevara. Os livros que marcaram sua vida foram de Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás cubas. Leu quando era menino e pirou com o livro, bem realista por sinal. Outro livro marcante foi o conto A Metamorfose do Káfica. E o terceiro livro O Estrangeiro, de Albert Camus, que mostra a ideia de alguém que está fora da sociedade estando dentro dela ao mesmo tempo, se chocando com os comportamentos que tem que tomar em algumas situações.


Uma das viagens mais legais que já fez foi sozinho, em 2010, pra Porto Alegre, no Fórum Social. O melhor de tudo foi ter conhecido várias pessoas. Outra viagem legal foi à Florianópolis, onde estavam Cláudia e Anita, “A sensação incrível de mostrar a praia pela primeira vez a uma criança, foi emocionante”. E sua vontade de conhecer outros lugares é imensa.
Rafael cita que têm mais vocação para o trabalho intelectual do que manual. É péssimo em trabalho manual, mas tenta quebrar um pouco esse dualismo de prática e teoria. Sempre teve esse envolvimento com a política e prática. E quanto a seu perfil como pessoa, ele diz: “eu acho que eu sou uma pessoa extrovertida, nunca fui pra baixo, nunca fui triste, acho que eu tenho um perfil meio pra cima assim, né!”.
Seus planos profissionais para o futuro é de continuar seguindo carreira acadêmica, como professor universitário, “Eu não tenho duvida nenhuma que eu estou no ramo certo, é o que eu mais me identifico, eu gosto de dar aula, gosto de estar em sala, conversar com os alunos”. Não tem pretensão de ficar em Parintins até se aposentar, quer ir para outra região em algum momento, vontade de estar em outros espaços, outras universidades. Estar perto da família é uma de suas grandes vontades a ser conquistada para o futuro, até porque Parintins é distante, e nem sempre é possível estar próximo dos parentes.
Atualmente compõe a chapa da (ADUA), movimento sindical onde milita como 3° vice-presidente, tem uma perspectiva de luta docente no movimento. Já foi muito próximo ao movimento MST, onde lecionou um curso de radio popular, trabalhou muito em acampamentos.
Como sociólogo também tem sua visão em relação ao desenvolvimento do Brasil. Destaca que o Brasil não é o país das realizações, e sim das contradições, que tende a piorar a cada dia, e está em direção ao caos social, onde as pessoas estão se tornando cada vez mais aprisionadas ao consumismo. As crianças e jovens não leem mais livros, ou assistem bons filmes, estamos indo a todo vapor em direção à desordem. O sofrimento das pessoas é cada vez mais visível, elas estão mais estressadas e deprimidas, “A realização hoje nesse país é isso, consumir é a verdadeira riqueza, gente está abandonando a riqueza artística, cultural, intelectual, as pessoas estão cada vez mais indóceis, cada vez mais idiotas, vendo programas cada vez mais toscos. Há um esvaziamento, um vazio intelectual, uma pobreza ideológica, uma miséria cultural muito intensa, tudo que se faz só se faz como mercadoria”. Porém, é otimista e acredita que podemos mudar o rumo das coisas, mas acha que o Brasil está muito longe de ser um país das realizações.

quinta-feira, 14 de março de 2013

PERFIL HERIBERTO CATALÃO



Por: Ariana Silvia

Estrada do Macurany, Bairro do Jacareacanga, uma manhã bastante chuvosa, em uma sala restrita da coordenação acadêmica da Universidade Federal do Amazonas. Lá está ele, desta vez sem o cigarro. Afinal, está no ambiente de trabalho e mesmo sabendo que vai ser apenas uma conversa com uma simples aluna, a sua postura é a mesma da sala de aula. Expressão séria, porém bastante elegante e simpático, tem a delicadeza ao dizer que está um pouquinho ocupado, mas, com um sorriso no rosto pede para esperar enquanto digita algo. Assim é o jornalista Antônio Heriberto Catalão Júnior, quando lhe pedem que conte um pouco da sua vida.
Teve certo receio com o que deveria dizer ou não, mas, não se conteve ao falar da paixão pelo jornalismo, que nasceu ainda quando ele era criança, em Araracuara, sua cidade no interior de São Paulo. O mundo de Catalão sempre foi cercado das letras e da leitura, desde os seis anos de idade nunca se viu sem o jornalismo. Falando que seu pai sempre assinou um jornal muito conhecido, chamado Folha de São Paulo. “Eu abria o caderno todos os dias e ficava olhando as figuras, o formato das letras, os quadrinhos, enfim. Nunca me ví sem essa realidade”. Catalão não poderia falar de sua trajetória de vida sem falar dos seus pais que segundo ele, foram sua principal influência nos estudos. Eles o incentivaram a vida toda e prezavam muito pela sua educação. “Meus pais de certeza tiveram um papel fundamental na minha formação, eles foram importantes sim, disso eu não tenho dúvidas.”
Mesmo gostando da leitura e dos jornais, Heriberto Catalão custou descobrir o que realmente queria fazer. Primeiro cursou dois anos de Ciências Sociais e em seguida o curso de Direito, mas, abandonou. Só depois estudou Comunicação com Habilitação em Jornalismo e aí sim, encontrou o gosto pela profissão. A cidadezinha de Vilhena, no estado de Rondônia foi um dos lugares onde o jornalista deu sequência a sua caminhada na academia. Em seguida mudou-se para Parintins, onde vive atualmente e desempenha seu trabalho como professor e diretor do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (Icsez).
Logo que Catalão se formou na Faculdade, começou a trabalhar na área de comunicação, mas, o que o doutor realmente queria, era fazer parte da academia, contribuindo com o processo de construção do conhecimento, o desejo era tanto que logo em seguida começou dar aulas em algumas instituições. Ele e a ex- mulher davam aulas em universidades privadas, porém, não tinham estabilidade nenhuma e por questão de segurança decidiram prestar concursos no estado do Amazonas. Quando Catalão foi indagado se teve dificuldades de adaptação ao chegar à cidade, o sorriso no rosto do doutor resplandeceu e não conteve o brilho nos olhos.
Por incrível que pareça, ele não teve nenhum problema que o fizesse voltar atrás, porque Catalão já tinha passado pela experiência de ter morado em outras cidades pequenas da região norte e isso facilitou bastante, mesmo sabendo que seria uma experiência nova em sua vida. Em 2007, quando Catalão chegou a Parintins, a Ufam estava começando e o curso de comunicação também, só havia uma professora específica da área e se chamava Soriany Neves, que estava se ausentando do trabalho para ir fazer mestrado. Catalão disse que foi naquele momento que se sentiu na obrigação de ajudar a levar o curso em frente.
Catalão disse que por coincidência do destino ele foi morar próximo do curral do boi azul, (Caprichoso) e isso fez com que a sua paixão pela cidade aumentasse ainda mais. Ele contou que Parintins já faz parte de sua vida em todos os aspectos e que o vínculo que construiu com os parintinenses é muito grande e forte, igualmente ao que construiu em sua terra. E ele fez questão de deixar bem claro. “O vínculo que eu construí aqui é o mesmo que eu fiz lá na minha terra. Quer dizer, na minha terra não, de onde eu vim. Porque a minha terra é aqui, eu gosto muito de Parintins”.
Mas não para por aí, Heriberto também se divide em dois, para dar conta de outros aspectos de sua vida além da administração do Icsez e das aulas ministradas no curso de comunicação da Ufam. Existe um lado sensível do professor, que vai além das ironias dele em sala de aula, quando exige em dose triplicada o que os professores de outras disciplinas cobram. Isso faz parte do perfil profissional de Catalão, disciplina é qualidade que seus alunos têm que adquirir, ele cobra bastante, todos precisam ser determinados e acíma de tudo pontuais, pois ele não permite atrasos com atividades pedagógicas.
Tolerância mesmo, só existe para o seu filho Rodrigo, de 04 anos, que mora em Belém do Pará.  Muitas das vezes, ele já deixou escapulir os paparicos que tem com o garoto, conta historias do menino e até imita a fala de Rodrigo. Atualmente a maior dificuldade de Catalão tem sido enfrentar a distância que tem de Rodrigo. Ele disse que recentemente tirou uma semana do seu tempo exclusivamente para ficar com ele lá em Belém, os dois aproveitaram o máximo que puderam, mas, o fato de estarem longe um do outro, é o que mais tem preocupado Catalão. Os colegas de trabalho possuem uma visão positiva do amigo, muitos o definem como um homem refinado e muito ético. Sua colega de trabalho, a professora Maria Audirene Cordeiro chegou a confessar que já bateu de frente com Catalão muitas vezes, em reuniões e discussõe que tiveram, mas, suas atitudes são sempre muito maduras.
Catalão reafirma que tem uma convivência boa com os outros professores e que parte deles possui uma relação mais do que profissional com ele, uma grande amizade.  Ele disse que no Icsez nunca houve algum problema com eles e que sua relação é de profundo respeito pelos colegas, até mesmo em sala de aula nunca teve ou gerou situações contrárias que o comprometesse, mantendo uma relação muito boa e positiva com os funcionários, alunos e professores.
Catalão também falou da profunda amizade que construiu com Maria Audirene, sua grande amiga, pela qual diz ter uma admiração imensa e que se identifica bastante com ela, porque possuem pontos de vistas parecidos, apesar de divergirem em algumas ocasiões. Ele considera que isso faz parte do convívio e quando chegou a Parintins, Audirene o ajudou bastante.
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­Na sala da diretoria, uma foto do filho ainda bebê de colo, uns biscoitos no frigobar e as muitas risadas que ele dá ao dizer que a única pessoa que enche bastante o seu saco é a sua secretária Suzane, que fica pegando no seu pé toda hora, lembrando as coisas que ele tem de fazer. E termina a conversa. “Fora isso,tá tudo tranquiloo...” disse ele, com risadas e olhar irônico.
 Antônio Heriberto Catalão Júnior nasceu no dia 10 de Novembro de 1971, na cidade de Valparaíso–SP, fez mestrado em Hospitalidade: Planejamento e Gestão Estratégica, pela Anhenbí Morumbí Universiadade.  Possue Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Unesp.