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quarta-feira, 22 de maio de 2013

PROGRAMA SALA DE CINEMA: MATÉRIA HELDER E TUANNY

MATÉRIA AUTISMO: BENEVENUTO E MARIA CLELY

PREÇO DA GASOLINA: MATÉRIA CARLOS E THAYNESSA

AEROPORTO: MATÉRIA ENÉAS E GLAUBER

PREÇO DA FARINHA: MATÉRIA GABRIELE E DANIEL

ESTUDANTES DE OUTRA CIDADE: MATÉRIA HELEN E SUELEN

BURACOS NAS RUAS: MATÉRIA JÉSSICA DIAS E RONISSON

CHEIA: MATÉRIA KAMILA E INARA

DETRAN: MATÉRIA LUANA E MAIRA

PORTO: MATÉRIA MAYARA E KAMILA

PRODUTOS NATURAIS: MATÉRIA MIRIAN E ALINE

TRÂNSITO: MATÉRIA WILKER E LUCINALDO

terça-feira, 9 de abril de 2013

Parintinenses de herança nordestina



De acordo com o que se ouve falar a respeito dos arigós, pessoas nordestinas que migraram para Parintins em busca de melhorias de vida, pôde-se notar que muitos dos aspectos abordados em comentários a respeito deste grupo social são verdadeiros.
Édrika Gonçalves de Vasconcelos é nascida e criada na cidade de Parintins, tem 24 anos e é filha de Iran Vasconcelos, natural de Sobral/CE e Sirley Gonçalves, também nascida em Parintins/AM. A jovem conta que seu pai é um arigó da gema e carrega consigo muitas características nordestinas.
Um dos principais costumes de seu pai é o tom de voz e o sotaque um tanto agressivo. “O papai fala muito alto. Ele tá conversando com você tranquilamente, mas por causa do tom e do modo de falar dele, tem gente que acha que tá tendo uma guerra mundial, não tem como saber se ele tá bravo ou não, pois o tom de voz é sempre o mesmo”, destaca a jovem Édrika.
Com isso, a jovem relata que esse costume do tom de voz alto e da maneira agressiva na fala, acabou passando para ela e para suas irmãs, pois elas falam do mesmo modo que o pai.



O arigó também é conhecido como uma pessoa cuidadosa, controladora e vigilante.  Um dos principais fatores que mostram essas características é quando um filho de arigó inicia um relacionamento amoroso. Quando perguntada se o senhor Iran se encaixa nesse contexto, Édrika confirma: “Demais. Quando comecei a namorar a maior dificuldade foi contar para o papai, tive que contar com a ajuda da minha mãe para ir ajeitando a situação para podermos contar para papai”.
Contudo, Édrika diz que tem uma filha de três anos e que não será assim com ela, pois não concorda com este tipo de comportamento. Ela relata que “Cada criação é uma criação. Não é por que meu pai me criou assim, que vou criar minha filha Aninha assim, até por que este tipo de atitude não é legal para mim. Ele me fez muitas vergonhas quando eu estava com meu namorado”, admite, quando fala que namorava em frente de casa, com sua mãe vigiando e até 22h, no máximo.
Quanto à culinária nordestina, a jovem conta que em sua casa todos comem bastante a comida típica do nordeste e que apesar de seus pais estarem separados e ela conviver hoje mais com a mãe, ainda assim não deixam esse costume adquirido quando seus pais eram casados. “Meu pai adora e nós acabamos adquirindo este costume também. Comemos feijão todos os dias e quando a vovó manda de Sobral a rapadura e uns docinhos de lá, ele divide a encomenda, fica com um pouco e deixa em casa uma porção pra nós também”.
Apesar do pai nunca ter sido muito religioso, Édrika conta que ele é bastante exigente. Ele mandava as filhas irem à igreja, controlava os horários e as companhias que elas iam e sempre foi bem restrito e antiquado.
Uma das principais características dos arigós e mais comentadas no meio social é que este grupo é muito trabalhador, esforçado e organizado. Édrika confirma este estereótipo dizendo que: “Papai sempre foi muito trabalhador. Ele trabalhava de domingo a domingo, sem feriado ou férias. Durante o dia ele trabalhava como vendedor ambulante na feira e a noite ele trabalhava como vigia”, destaca.
A jovem diz que este é um dos costumes de seu pai que mais a marcou e fala que faz questão de também adquirir este hábito. Conta que desde adolescente ela ajudava o pai: “Nós vendíamos verduras na feira e eu tomava conta da banca pela manhã, pois como ele trabalhava a noite como vigia eu queria ajuda-lo, por que a tarde eu estudava”, diz.
Édrika finaliza dizendo que sente muito orgulho de sua criação, e que apesar de não concordar com alguns costumes da cultura nordestina, procura abordar e continuar tendo atitudes como as de seu pai, porém agirá apenas de acordo com as atitudes que achar adequada e coerente. “Sinto orgulho de o meu pai ser arigó. Ele sempre será conhecido como um homem trabalhador e batalhador”, finaliza a jovem.

Parintinense de sangue nordestino
Cristina de Sousa Andrade é filha de Raimundo Falcão Andrade e Neuza de Souza Serrado. Ela conta que seus pais são de origem nordestina pura. Seu Raimundo é natural de Sobral e a mãe é do Maranhão. Cristina nasceu em Parintins, tem 29 anos e se considera uma parintinense verdadeira, mas que respeita muito as origens e costumes que ainda prevalece no cotidiano da família.
Em relação aos costumes ela conta que foge um pouco de sua rotina, pois já esta adaptada à cultura parintinense e que se sente a vontade no ambiente em que está situada. Segundo a jovem, as características nordestinas de seus pais ainda são muito fortes. “Minha mãe é uma pessoa do tipo muito espoletada, o tom de voz é forte, a maneira como ela se comunica é tipicamente nordestina. É também uma mãe muita carismática, às vezes um pouco rígida”, conta.
Uma das características comuns dos nordestinos é a rigidez com relação aos comportamentos dos filhos. “Na época de minha adolescência, minha mãe principalmente, me prendia muito em casa. Minhas atividades de aula eu fazia sozinha, às vezes meus colegas tinham que se deslocar até minha residência, pois eu não podia sair porque na época minha liberdade era muito rara”.
Muitos nordestinos migraram para a Amazônia com objetivo de melhores condições de vida. Durante esse caminho muitos conseguiram se desenvolver, principalmente no ramo do comércio. Alguns não conseguiram muito sucesso, mas exercem outras atividades. Questionada sobre a situação da família, Cristina revela que o pai antes de chegar a Parintins, viveu dois anos em Santarém/PA e que durante esse período trabalhou como transportador de mercadorias num caminhão que comprou na época em que chegou àquela cidade.
Tempos depois, a convite de um amigo, migrou para Parintins e com o pouco de dinheiro que tinha comprou um terreno no bairro Itaguatinga, onde vivem ate hoje. Seu Raimundo conta que: “na época até que tentei levar a vida de comerciante, mas não tive muito sucesso”. Atualmente presta serviço com seu caminhão para a empresa Cerâmica Moderna de Parintins (Cemopar).
Apesar da rigidez dos pais, Cristina se sente orgulhosa de ser a filha única do casal. Segundo a moça, no tempo que ficava em casa o dever era estudar e nada mais. “Atualmente sou formada em Licenciatura em Letras pela Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e professora na escola Estadual Brandão de Amorim. Hoje tenho uma filha de três anos e já me sinto uma mulher realizada”, ressalta.
Cristina conclui dizendo: “minha família não é rica, apenas trabalha e isso sempre prevaleceu, pois meu pai é um exemplo de um homem batalhador e eu me espelhei nele. Tenho muito orgulho de fazer parte de uma família nordestina e ser descendente desse grupo. Enfim, sou feliz. Mas repito em dizer: considero-me uma parintinense e amo essa cidade”!

As gerações de avó para pai e filho
Isaias Alves de Freitas de 50 anos é microempresário, nordestino e fugiu da seca e das dificuldades do sertão. “Quando eu vim para Parintins sem conhecer, estava com problemas financeiros, através de um amigo que trabalha do ramo de venda, ele me proporcionou a minha vinda para Parintins, passei a gostar e morar aqui, é aqui que tive e tirei o sustento dos meus dois filhos”, relata.
Em Parintins nasceram e foram criados os dois filhos, porém mantendo a tradição nordestina. “Parintins me proporcionou criar meus filhos, hoje trabalho na igreja Assembleia de Deus missionária, sou pastor há dez anos comerciado pela conversão, tenho outros trabalhos fora daqui como, terra santa e, além disso, tenho pessoas que trabalham pra mim.” Diz ainda que a cultura do nordestino é muito diferente, mas que com peixe e a farinha do amazonas ele sobrevive e que sempre quando tem a oportunidade de visitar sua terra de origem, vai.
“Criei meus dois filhos assim me espelhando como meus pais me criaram, só que as coisas mudam e favorecem o pai de família, então o costume de criação que meus pais me deram, procurei passar para meus filhos que nasceram em Parintins, pois, aqui é bem diferente, mas posso dizer que por mais que meus filhos não terem nascido no nordeste, eles sempre vão ter traços porque ser nordestino está no sangue, eles têm um conhecimento muito bom do nosso povo” afirma Isaias.
Um dos filhos de Isaias, Adriano Alves de Freitas de 23 anos, atualmente cursa Serviço Social na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). “Considero-me parintinense. Nascer em Parintins têm seus privilégios, tive oportunidade de estudar, mas estranhei um pouco a educação dos meus pais, que tiveram que se adequar a cultura parintinense. Meus pais tiveram uma forma diferente, sempre essa preocupação de educar nos filhos a mesma educação que lhes foi dada. Posso dizer que Parintins cooperou muito pra mim”, afirma o rapaz.
Apesar de toda educação aos moldes nordestinos o jovem parintinense tem sua raiz aqui, mas não descarta a influência nordestina. “Gosto de Parintins. Pretendo trabalhar aqui, ter uma família, tenho orgulho de ser nordestino, não sofro qualquer tipo de preconceito. Tenho minhas raízes nordestinas, mas nascer em Parintins e motivo de orgulho, porque foi aqui que eu conquistei muitas coisas, hoje tenho muitos amigos. Participo da igreja no ministério de louvor, onde meu pai é pastor há 10 anos, minha Irmã que também nasceu aqui hoje é formada pela UEA em Biologia”, confirma Adriano.
A criação que Adriano teve continuará a ser passada, assim como a  influência e a cultura nordestina também continuarão na descendência da família Freitas. “Tento deixar vivas nossas raízes, meu pai me ensinou a manter fortes nossos costumes, não tive oportunidade de conhecer a terra que meus pais eram, espero um dia poder conhecer. Mostrar para minha filha onde os avós dela moravam, falar da historia dos meus pais pra ela vai ser encantador”, finaliza Adriano.

Em busca de alternativas
Antônio Batista e a esposa Maria de Fatima Xavier vieram de Maçapé/CE, uma cidade de interior próxima à Sobral. Segundo o que relata Antônio Batista, para eles decidirem vir para Parintins, foi por Sobral estar numa época de escassez, muito seca e sem chuvas. Com isso apareciam as dificuldades para sobreviver e a inexistência de mão de obra aumentava.
Maria Deusimar, uma das filhas de Antônio e Maria, saiu de Sobral aos nove meses juntamente com os pais para Parintins. Com relação às características dos arigós ela sempre questionou, mas sempre procurou obedecer às ordens de seus pais: “eu sigo, mas às vezes eu tinha vontade de ir pra algum local e minha mãe não deixava. Eu sempre tinha que ir acompanhada de algum conhecido, mas eu sempre obedecia”, conta a jovem.
Diz também que se chegar a ter uma filha, ela não vai criar exatamente como sua mãe a criou, pois ela não irá prender seus filhos: “eu e minhas irmãs, sempre achávamos ruim um pouco, agente tinha vontade de sair e se um dia eu chegar a ter uma filha, assim como minha irmã também fala, não vai ser como a nosso mãe nos criou, mas vai ter um pouco do que a ela nos ensinou”, diz Deusimar. A moça relata também que com relação ao preconceito que alguns dos arigós sofrem, ela jamais teve preocupação com isso, seus amigos sempre respeitaram a sua origem.

Na contramão das raízes
Diego Araújo Vasconcelos, descendente de nordestinos, conta que seus pais ainda preservam alguns costumes como comer rapadura com feijão na hora do almoço, o que para ele se torna um “sacrifício”.
Uma das características dos arigós é o sotaque nordestino, o que notório em Diego que mistura também a fala alta e o comum chiado parintinense.



 

Um dos sonhos do jovem arigó é conhecer a terra de seus pais. Ele fala que Parintins proporcionou para seus pais uma condição de vida melhor do que enfrentava em Sobral, “Parintins pra ele abriu muitas portas, não só para ele, mas para toda família e frisa que se não estivesse morando em Parintins estaria na miséria”, garante Diego.
O arigó parintinense
São muitos perfis e vários parintinenses filhos de nordestinos. Cada um deles traz consigo algumas características dos pais. Alguns mostram a vontade de criar os filhos, netos de arigós, com o modelo nordestino de ser. Alguns respeitam a criação, mas demonstram certa discordância de como foram criados.
O arigó parintinense é genuinamente nordestino, mas tem orgulho da cidade que nasceu. É difícil identifica-lo como alguém do Nordeste ou do Norte, possível seja mais fácil caracteriza-lo como a mistura de um povo que historicamente já é muito parecido.

Grupo 2

OS IMIGRANTES CEARENSES ‘‘DESCONHECIDOS’’ EM PARINTINS


UM BREVE RELATO DA TRAJETÓRIA DOS CEARENSES


No Nordeste, 10 milhões de brasileiros passam fome, ligado diretamente a este número evidente, está à seca. Em 2012 uma das mais severas secas dos últimos anos agravou este quadro, o governo federal criou uma série de projetos sociais para auxiliar as famílias que sofrem com a seca. O número de cearenses em situação de pobreza extrema aumentou de 9,3% para 10,9% entre 2008 e 2009, são cerca de 850 mil pessoas vivendo com uma renda diária menor que R$ 2,03, segundo a pesquisa realizada e divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) do estado do Ceará.

A partir dessas problemáticas, os nordestinos migram para outras partes do Brasil. A região mais habitada para a migração nordestina é o centro- sul do país. Essas famílias saem de suas cidades, em busca por uma vida financeira melhor.

            No Brasil esse tipo de migração é muito conhecido e comum entre os nordestinos. Os fatores mais causadores são as dificuldades econômicas acompanhadas das constantes secas e a prosperidade financeira de outras regiões.

A partir da superlotação nessa região do centro-sul o processo migratório diminuiu, dando origem também a ocupações territoriais no Distrito Federal e na Amazônia.

A migração amazônica começou em 1890 até 1910 com o apoio do Governo Federal, tinha o objetivo de trazer trabalhadores para os seringais. Os trabalhadores nordestinos, que vieram na Amazônia em busca de emprego, caíram logo na dependência econômica dos Seringalistas e se tornaram os "seringueiros nordestinos”. Atualmente, os Nordestinos que vivem na Amazônia têm outros meios de ganhar a vida. Entre outros trabalhos o principal era ser comerciante.

Em Parintins os nordestinos (também conhecidos como arigós) têm sua maior renda e conquistas no ramo do comércio. Há uma quantidade de migrantes significativa na cidade. Alguns são conhecidos, por terem um dos principais comércios no município.

Mais nem todos que saíram de sua cidade em busca de uma vida melhor tiveram essa mesma sorte. Trabalham em outro ramo, alguns são feirantes, carroceiros, outros continuam com vendas independentes de utensílios variados pelas ruas, conhecidos como prestamistas. Além disso, não são tão conhecidos na cidade e “parecem” ter uma história bem menos interessante. Por isso deve-se mostrar totalmente o contrário, eles passaram pela mesma dificuldade e ainda buscam o sucesso de estabilidade financeira em Parintins.

           
         Em busca de um futuro melhor em Parintins

As dificuldades enfrentadas pelos cearenses, principalmente a seca e a fome, devido o problema em tirar o sustento do solo infértil, além da falta de oportunidade de emprego, a estagnação da falta de água e econômica, são os principais motivos para que muitos deles deixem seus municípios em busca de uma oportunidade de vida melhor em outro estado. O caso do seu Ecilio Nogueira de Freitas, 64, que saiu com sua família a mais de 40 anos de Serra do Felix no município de Beberibe no estado do Ceará.                                                                             
                                                                                (Pracinha da Capela da Serra do Felix, Beberibe, Ceará)


As dificuldades enfrentadas por sua família naquela cidade eram muitas, “a falta de água principalmente. Meu finado pai levantava todos os dias pela madrugada para buscar um pote de água. Carregava sobre o ombro, e com aquela água, agente tomava banho, fazia comida, então foi muito difícil, papai sofria muito”, relata.

E foram esses problemas que motivaram o seu pai, a recolher alguns de seus pertences para ingressar em uma viajem por uma vida melhor nos Seringais Acreanos. “Nosso plano era passar dois anos no alto seringal do Acre, mais chegamos em Manaus, e um soldado aconselhou meu pai a não ir, por causa dos rumores de doenças graves da floresta. Então nós fomos para Maués trabalhar em uma usina de pau rosa. Ficamos trabalhando quatro anos, depois nós fomos para uma fazenda no Paraná do Ramos e depois viemos para Parintins. Nos éramos 12 filhos,  dois já faleceram”, descreveu Ecilio.

A disposição do pai para arrumar trabalho logo o fez arrumar um serviço na fazenda São Sebastião na Região de Várzea do interior de Parintins, e após nove anos, com o dinheiro adquirido com a venda de um gado finalmente se estabeleceram na cidade. Ecilio conseguiu um emprego na prefeitura como vigilante, onde atuou por quatro anos, até que a eleição de Carlinhos da Carbrás para prefeito pôs fim a guarda municipal, obrigando Ecilio a conseguir uma nova fonte de renda.

Em Parintins, os Cearenses são conhecidos pelo espírito empreendedor para o comércio, e Ecilio chegou a montar uma pequena mercearia. Mas os negócios não foram como ele esperava. “Eu montei um pequeno negócio, mas  não deu certo e eu me desgostei dessa área”, revelou ele, que  em 1985 começou a atuar como carroceiro.

Hoje Ecilio continua trabalhando como carroceiro, e também possui um cargo comissionado pela Prefeitura de Parintins na Coordenadoria de Esportes do Município, e promove os jogos do campo dos carroceiros no bairro Paulo Corrêa. Pai de sete filhos é casado com uma parintinense há 33 anos e revela que não tem vontade de viver em outro lugar. “Eu não vivo do jeito que eu sonhei viver, mas não posso reclamar. Aqui em Parintins consegui minha casa, tenho meu trabalho, minha esposa, meus filhos e netos. Não nos falta saúde, e o mais importante é que ainda tenho força e disposição para trabalhar”, concluiu ele, revelando que tem vontade de visitar sua terra natal, mas que não tem vontade de morar em outro lugar senão em Parintins.

         A vida que pedi a Deus

Querendo se refugiar dos assaltos freqüentes que recebia, Agemiro aceitou um convite feito por seu amigo para viajar a Santarém. Chegando sem seu destino após uma longa viagem, teve o amparo e auxilio de outros amigos, moradores daquela cidade.

Natural da Coeraú, interior de Fortaleza, o senhor batalhador nunca recusou trabalho desde sua infância. Como tal, era comerciante na cidade de onde veio.                                                                                                  (Agemiro em seu Box de farinha e outros produtos)

Ao chegar em Santarém um amigo lhe deu redes para vender com a proposta de quando as vendesse iria repor o valor. Se apegando a oportunidade, Agemiro já tinha como começar a vida ali. “O sol nem aparecia ainda e eu já estava de pé, colocava as redes na costa, e saía com muita esperança” relata.

A vida que teve em Terra Santa, outro destino traçado por ele, foi rodeada por algumas experiências inesperadas. Quando não tinha onde dormir, a praça da pequena cidade era sua única opção. Esteve também em Juruti onde conseguiu uma casa abandonada para morar, submetendo-se à certos incômodos, pois a casa mal tinha paredes.

Foi em Parintins que conheceu sua atual mulher, Maria do Socorro. Agemiro se estabilizou foi então que seus quatro filhos vieram para morar com o pai. Filhos da união com a ex-mulher. Conseguiram se manter por um tempo, seus filhos continuaram os estudos.

Parintins foi o próximo destino da família. Dessa vez as oportunidades chegaram com mais vigor. Sua primeira ocupação foi com vendas de produtos regionais (trabalho que exerce até hoje), com isso conseguiu alugar uma casa. Ainda assim, existiam as dificuldades mais frequentes na família uma delas, era a lavagem da roupa feita na beira do rio amazonas método usado durante um bom tempo.

Com o passar dos anos os problemas foram sendo administrados pela família, fazendo com o que hoje vivessem de forma equilibrada. Seu Agemiro têm todos os seus filhos formados no segundo grau, o que o deixa com muito orgulho, sempre destaca em sua fala esse sentimento. “Meus bebezao, já estão tudo formado. Graças a Deus e me sinto feliz por ter cooperado para isso”. Um dos filhos, Agemiro Filho já está quase concluindo o ensino superior na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) pelo curso de Engenharia Física.

Para essa grande realização, de ver seus filhos se dedicando aos estudos o Pai dedicado trabalhou duro para que isso ocorresse. Por isso por trabalhar com muita exposição ao sol, Agemiro conta que já precisou viajar para Fortaleza tratamento dermatológico. Daí a decisão de nunca mais ter tanta exposição aos raios solares, nem por trabalho como por outra coisa.

Quando indagado pela hipótese de voltar para morar em sua cidade natal Coeraú, ele conta que não gostaria de sair de Parintins, pois é nessa cidade que se senti feliz, foi nesse lugar que teve oportunidades que são realidades até hoje. Agemiro ama tanto Parintins que “Daqui só vou, para traz da Catedral” relatou. Esse trecho refere-se ao cemitério da cidade, ou seja, sairá apenas quando morrer.

Seu Agemiro visita seus familiares em Coearú de vez em quando, vai a Fortaleza sempre que pode, mas não sente vontade em voltar morar novamente em sua cidade natal, por conta dos assaltos que sofria.

Atualmente morando com Artemes um de seus filhos, Agemiro com 58 anos reside no Bairro da Francesa em Parintins onde também têm seu pequeno comércio de produtos regionais. O mercado municipal da Francesa (mas conhecido como Feira do Bagaço) proporciona ao imigrante a oportunidade da venda de seus produtos. A farinha juntamente com os materiais para serem a produzidos a farinha, como: tipiti, peneira, sacas, cestos, abanador de cipó, remo, são oferecidos em seu box.

Nessa função exercida por ele, não há tanto esforço físico, nem exposição ao sol. Conseguiu comprar sua casa, tem a família estruturada financeiramente e emocionalmente, alcançou e continua alcançando suas metas. Por fim, tem uma vida verdadeiramente pedida a Deus.  

          Encontrando o aconchego

Antigamente na cidade do Maranhão havia um fato peculiar, a partir dos doze anos de idade, era regra que todos os garotos da família trabalhassem. Era dever do rapaz com essa idade cooperar com as despesas do lar. Os métodos mais frequentes de trabalho eram na lavoura ou no garimpo, na plantação de soja, cebola, ou como atualmente na plantação de cana. Foi baseado nessa criação que o seu Francisval Pereira Nunes aprendeu a lidar com responsabilidade e esforço no seu trabalho.

Como a prioridade era o trabalho, os estudos ficavam de lado. Não havia um incentivo vindo de sua família para que estudassem, alegavam que com estudos os resultados não são imediatos, ou seja, “não se ganhava dinheiro na sala de aula.” E isso não foi diferente na vida de seu Francisval que hoje com 46 anos consegue apenas escrever seu próprio nome e nada mais.

            A decisão de vir morar em Parintins surgiu pela intenção de melhoria financeira. Aceitando um convite de um amigo, Francisval foi o único de sua família a apostar na nova ideia. “Vou passar apenas um tempo em Parintins, caso não dê certo eu volto”.

            Mesmo fixando em sua própria residência nessa cidade o jovem senhor faz um esforço para uma visita anual aos seus familiares do Maranhão. “Mesmo tendo muita saudade da minha terra, o custo de vida lá é muito alto. Tudo é pago, até mesmo a água que se bebe, além de não ter nenhuma oportunidade de crescimento”.

A função exercida por ele na Ilha de Parintins há 16 anos é com vendas de utensílios domésticos e variados produtos pela cidade e comunidades vizinhas como: Nhamundá, Caburi, Juruti, Mocambo.  Mesmo não tendo acesso à sala de aula, sempre soube administrar seus bens resultando na ampliação de seus negócios.

Ao contrário do que foi ensinado quando era criança sobre a desvalorização dos estudos, seu Francisval tenta agir diferente com seus filhos, tendo o apoio de sua esposa Rosimary. Infelizmente o filho mais velho Christian, ainda não quer cursar uma faculdade, pelo mesmo motivo defendido pelo pai em sua infância. O filho pensa somente em trabalhar. Pois para ele a faculdade demora muito e o trabalho não “As cobranças não tem dia, nem hora, nem domingo, nem doença” relata o pai sobre o filho.

Persistência

Em se tratando de trabalhar os personagens em questão “os Arigós”, faziam com que isso fosse para muitos deles de fato prioridade. As inúmeras tarefas exercidas por eles tinham o objetivo de manter-se como qualquer outro ser humano, o que os difere dos demais é a persistência vinda unicamente deles próprios unidos com a certeza da melhoria de vida.

Muitos são conhecidos em Parintins por seus grandes comércios, os imigrantes nordestinos conhecidos como “Arigós”, são pessoas batalhadoras que exercem seu papel, seja ele qual for, com toda a responsabilidade e dedicação que podem oferecer.

Existem os que conceituam esses nordestinos como fanáticos por trabalho. Mas deve-se lembrar que já que são todos de outra parte do país vindos a este estado, então suas histórias são parecidas como as que foram relatadas. Para chegarem a seu destino, precisaram passar por uma série de situações muito difíceis, resultando no esforço ofertado no trabalho para mostrar que todo o sacrifício passado valerá à pena.

 Grupo 4: Evailza Pantoja, Glenda Garcia, Luana Muniz, Naiara Guimarães, Silvia Pinto, Tatyane Pontes, Wully Cristina Cardoso e Werisom

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Um pedacinho do Nordeste em Parintins- (Grupo 5)


Um pedacinho do Nordeste em Parintins

Mesmo longe de suas raízes, a cultura nordestina resiste em Parintins

Arigó, esse foi o apelido dado aos nordestinos, principalmente aos cearenses que no período áureo da borracha mudaram-se para Amazônia, são conhecidos como como ‘’soldados da borracha’’. Fugidos da seca e da miséria esses sofridos homens buscaram na Amazônia um refúgio, uma melhor condição para viver.

A cidade de PortoVelho, foi quem os recebeu. Eram colocados em barracões cobertos de palha, localizados no bairro da denominado Arigolândia, e ali passavam dias, e às vezes semanas, até serem encaminhados para os seringais dos vales do Madeira Guaporé.  Esses homens rudes e simples foram apelidados, não se sabe por quem, de arigós e, o bairro formado pelos barracões e casinhas de madeira e palha, foi batizado pelo povo da cidade de Arigolândia, nome conservado ate os dias atuais.

Esses homens contribuíram para povoar as cidades de Porto Velho e Guajará-mirim e os seringais, até hoje são chamados de arigós ninguém sabe ao certo porque, alguns pesquisadores acreditam que deve ser devido ao nome dado a uma ave nativa do nordeste ‘’ Ave de arribação que habita as lagoas do sertão nordestino’’, essa Ave vive mudando de lagoa, sem ponto certo, sem jamais se fixar. Característica essa, que ate hoje caracteriza os árigos, que se deslocam de cidade a cidade em busca de uma qualidade de vida melhor. 

É bem verdade que o Brasil pela sua diversidade cultural poderia muito bem ser dividido, formando vários países independentes e manter sua peculiariedade em cada um deles. Se isso fosse possível, o Nordeste com toda certeza seria a grande nação sertaneja, com vários sotaques diferentes.

A Região Nordestina do território brasileiro é composta pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Apresenta grande pluralidade cultural, com elementos diversificados, que integram a cultura da região. É um povo que é conhecido por ser trabalhador, e por possuir uma das melhores e mais diversificadas culinárias do Brasil. 

Em Parintins os arigós, procuram manter esses costumes vivos, trouxeram para a cultura parintinense pratos típicos da região, que foi muito bem aceito pela população, assim como a música, e o trabalho. Contribuem bastante para o fator econômico da cidade, pois em sua maioria trabalham com o comercio.

Gastronomia Nordestina
A cultura popular dos arigós é interessante pela diversidade cultural, seus costumes e sotaques são tão característicos a ponto de serem reconhecidos em qualquer lugar do mundo. Os costumes continuam a fazer parte do seu dia-a-dia mesmo com a migração para diversas partes do Brasil. A culinária também é uma forma de cultura. A nordestina descende da cozinha portuguesa e africana, além da influência indígena, a carne de sol e o cuscuz são os pratos típicos mais mantidos pelos mesmos. Eles também se alimentavam de tubérculos, raízes e farinha.

 A farinha de mandioca, por sinal, para o nordestino, ocupa o mesmo lugar que o pão e o trigo em outras culturas. Ela é completamente obrigatória em muitos alimentos, ora engrossando os molhos, ora complementando o sabor das comidas. 

Maria Vasconcelos 57, diz que sempre utiliza a farinha de mandioca ou a macaxeira para incrementar os pratos, principalmente a sopa e o cozidão. “Dá mais consistência a comida, mais sabor, meus filhos gostam muito”.
Atualmente as comidas tradicionais que foram adaptadas aos recursos e ambientes locais, formando a variada culinária nordestina, são pratos de produtos do mar ou do sertão, que se aliam aos pratos tradicionais da várzea, da serra ou da mata.

 Erundina Souza 46, cita quais são os principais pratos da culinária Nordestina. “Ensopado de caranguejo, Buchada, Mocotó, Rabada, Carne de Sol, Mungunzá, Arroz de Leite, Arroz Doce, Tapioca, Coalhada, mocotó, Cuscuz, Arrumadinho, Macaxeira, Baião de Dois, Canjica, Pamonha, Rapadura, a nossa cachaça, entre outros”. Tem de tudo, para todos os gostos. Do mais sofisticado ao mais simples. 

Sabino de Souza 40, conta que mesmo morando em Parintins há quase 21 anos, não perde os costumes da sua origem, principalmente a culinária. “Eu e minha esposa procuramos sempre fazer aqui em casa comidas da nossa terra, o peixe cozido que aqui falam caldeirada, nós chamamos cozidão de peixe, colocamos muitas verduras e o caldo e grosso, também costumo comer o cuscuz com leite. Mesmo tendo me adaptado à cultura parintinense eu não deixo de lado a minha cultura Nordestina”.

A esposa de Sabino, Jackeline de Souza 23, relata que por ter vindo a um ano de Sobral sente falta principalmente das comidas típicas de sua terra, por isso, sempre que pode improvisa algumas iguarias. Porém, diz que não estranhou a culinária amazonense e que já está se adaptando a essa nova cultura.

A grande variedade de fruta e açúcar também inspira receitas de doces, licores, vinhos e batidas (cachaça batida com fruta). Maria da Solidade 72, natural de Ceará, mora há 30 anos em Parintins, recebe várias encomendas de doces caseiros, entre essas encomendas, por coincidência os mais pedidos são típicos da sua terra o doce de mamão e o de caju.

“Ao mês eu acredito que recebo aproximadamente 150 pedidos de doces de frutas, entre eles o de mamão e o de caju são os que mais saem, e são do Ceará, da terra que eu nasci.” disse.

Folclore Nordestino
 Os gêneros musicais como o sertanejo e o forró são ritmos provindos da cultura nordestina, mais que hoje foram adotadas em muitas partes do território brasileiro e não pode esquecer a religião, que é mantida fervorosamente pelos arigós. 

Essas são algumas características que ajudam a identificar um migrante nordestino em qualquer âmbito, essas marcas ajudam contar um pouco mais sobre a sua história. O carnaval é o evento popular mais famoso do Nordeste, especialmente em Salvador, Olinda e Recife. Também as festas juninas de Caruaru e Campina Grande se destacam.

Francisca da Silva Gomes 66, frisa que existe uma diferença entre as festas juninas do nordeste e as festas juninas do Amazonas. “Quando ainda morava no Maranhão e era católica, eu sempre participava da festa de São João, o povo lá é muito participativo diferente daqui, hoje sou evangélica não frequento, mais eu ouço comentários de que o povo de Parintinense está deixando de lado essa tradição” 

 Os festejos de bumba meu boi são tradicionais em todos estados nordestinos. Esta festividade apresenta um pequeno drama. O dono do boi, um homem branco, presencia um homem negro roubando o seu animal para alimentar a esposa grávida que estava com vontade de comer língua de boi. Matam o boi, mas depois é preciso ressuscitá-lo. 

É possível perceber algumas características do boi bumbá de Parintins. José Euridice comenta sobre as duas manifestações culturais. “Às vezes acho semelhanças entre o ritmo do nordeste e do boi bumbá. Já me acostumei com as diferenças, afinal a cultura parintinense se espelhou na cultura nordestina, porém o festival se tornou mais grandioso, mas boa parte da colonização de Parintins foi feita pelos nordestinos”.

A capoeira foi introduzida no Brasil pelos escravos africanos, é considerada uma modalidade de luta e também de dança. Adquiriu adeptos rapidamente nos estados nordestinos, principalmente na Bahia e Pernambuco. O instrumento utilizado durante as apresentações de capoeira é o berimbau, que é constituído de arco, cabaça cortada, caxixi (cestinha com sementes), vareta e dobrão (moeda).

O Reisado é uma manifestação cultural trazida pelos colonizadores portugueses. Apresenta um espetáculo popular das festas de Natal e Reis, cujo palco é a praça pública, a rua. No Nordeste, a partir do dia 24 de dezembro, saem os vários Reisados, cada bairro com o seu, cantando e dançando. Os participantes dos Reisados acreditam ser continuadores dos Reis Magos que vieram do Oriente para visitar o Menino Jesus, em Belém. 

Em Parintins, é realizada a festa das Pastorinhas, manifestação esta que os nordestinos dizem ser semelhante a do Reizado. O comerciante Euclides Barbosa, 44, comenta que se emociona muito com a Pastorinha, pois lhe relembra o tempo em que sua mãe o levava para assistir e participar do Reizado. “A diferença é que lá muitas pessoas participam, inclusive minha família toda. Diferente daqui, que vejo poucos brincantes. Mas não perco o costume de todos os anos assistir, e de alguma forma, poder lembrar de minha terra, sentindo como se estivesse lá.”

A fé é um ponto forte do povo nordestino. Nas pequenas cidades, ou interiores, organizam junto à igreja quermesses que tem por fim arrecadar dinheiro para ser direcionado a reformas na capela local. Esta festividade tem em seu fim um leilão de coisas simples como, frangos assados, material agrícola, entre outros objetos que ajudam a arrecadar fundos lucrativos. Procissões e missas também são realizadas.

Maria Alves Vasconcelos disse “Pessoas de outras cidades migram para onde está acontecendo às quermesses. Todo mundo dança ao som das bandas locais e se diverte com a compra dos produtos do leilão”.
Outras danças como, frevo e capoeira estão tecidos no contexto cultural nordestinos, porém os arigós que vivem na Ilha Tupinabarana não mantem vivo esta parte de sua história em Parintins. O frevo surgiu através da capoeira, pois o capoeirista sai dançando o frevo à frente dos cordões, das bandas de música, executando passos semelhantes ao da capoeira. É uma dança de alucinação coletiva, do carnaval pernambucano, é praticado em salões e nas ruas.

Pode-se encontra também a Marujada, que é um bailado popular muito antigo. Consiste na dramatização das lutas portuguesas, da tragédia que foi a conquista marítima. E Quilombo que é um folguedo tradicional alagoano, tema puramente brasileiro, revivendo a época do Brasil Colônia. Dramatiza a fuga dos escravos, que foram buscar um local seguro para se esconder, na serra da Barriga, formando o Quilombo dos Palmares.

Literatura de Cordel é uma das manifestações culturais nordestinas e consiste na elaboração de pequenos livros contendo histórias escritas em prosa ou verso, os assuntos são os mais variados: desafios, histórias ligadas à religião, ritos ou cerimônias.

Outro elemento cultural de extrema importância no Nordeste são os artesanatos. A variedade de produtos artesanais na região é imensa, entre eles podemos destacar as redes tecidas, rendas, crivo, produtos de couro, cerâmica, madeira, entre outros.

Religião
Os nordestinos são fervorosamente religiosos, tem seus santos e gostam de participar de todos os eventos relacionados a igreja e respectivamente a religião.

O maracatu é originário de Recife (PE), surgiu durante as procissões em louvor a nossa Senhora do Rosário dos Negros, que batiam o xangô (candomblé) o ano inteiro. O maracatu é um cortejo simples, inicialmente tinha um cunho altamente religioso, hoje é uma mistura de música primitiva e teatro.

O termo de Zabumba é uma forma dos nordestinos  unificarem religião com festa através de um conjunto musical típico do Nordeste, que alegra sempre as festejos. O Terno de Zabumba exerce função profana e religiosa. Tocam as “salvas”, nas rezas e novenas. É conhecido também pelos nomes de Terno de musicas, Esquenta mulher, Cabaçal e Banda de Couro.

Lavagem do Bonfim é uma das maiores festas religiosas populares da Bahia. É realizada numa quinta feira de janeiro. Milhares de romeiros chegam ao Santuário do Senhor do Bonfim, na Bahia. Senhor do Bonfim é o Oxalá africano, existem também promessas católicas de “lavagens de igrejas”.

Os fiéis lavam as escadarias da igreja com água e flores. Eulália Vasconcelos 80, fala da sua religião fervorosa.
“Somos um povo muito alegre e muito religioso, criados em uma cultura onde nos incentivaram a ir a procissões, frequentar igreja, enfim colocar a crença religiosa em primeiro plano. Quando me mudei pra cá me identifiquei com a cultura local e logo me adaptei”. Ela conta que a festa da padroeira de Parintins se tornou um momento esperado, pois ela adora ver a fé dos parintinenses sendo reproduzida nas via sacras e procissões deste período.

É válido ressaltar a importância dos nordestinos em Parintins, visto que são grandes contribuintes para a economia local. Trazendo seus costumes e tradições, incluindo comidas típicas, música que hoje em dia fazem parte da cultura parintinense.Mesmo vivendo em outros lugares do mundo, os arigós procuram de alguma forma manter alguns costumes, seja na culinária ou até mesmo ouvindo um bom forró de baião. 
Não  importa de que forma buscam reviver, o que importa é que nunca deixam de lembrar das suas origens.