Por: Juliana Azevedo
Juliana Azevedo:
Como você conheceu a doutrina espírita e por que a aderiu?
Danilza Teixeira:
Conheci em 1997 por meio de um amigo. Fui a casa dele e quando olhei
a biblioteca vi um livro que me chamou a atenção, chamado O
Livro dos Médiuns
de Allan Kardec. Emprestei o livro e a partir daí passei a estudar a
doutrina espírita.
J.A: Você já
passou por algum constrangimento ou preconceito por ser espírita?
D.T:
(Risos) Sim, pois as pessoas tendem a confundir o espiritismo com
quem mexe com magia negra. Sendo assim elas passam a ter outro olhar
sobre o assunto por pura falta de conhecimento. E associam o
espiritismo ao “demônio”. Por exemplo, eu tinha uma colega de
trabalho e quando contei a ela que eu era espírita, ela se afastou
de mim e hoje nem me dá um aperto de mão.
Preconceito e
discriminação não me abalam, pois não importa se as pessoas não
acreditam no que eu acredito agora, porque daqui a cem ou duzentos
anos, em outra encarnação, elas irão crer.
J.A: Muita gente
confunde a doutrina espírita com a macumba (ou trabalhos para fazer
mal as pessoas). Você acha que há certa dificuldade nas pessoas em
aceitar o que é o espiritismo?
D.T:
Bem, tudo o que é novo causa certo conflito, pois traz uma gama de
novos conceitos e apesar da Doutrina Espírita ter surgido no século
XVIII ainda é muito jovem. E por ela ser nova as pessoas não a
conhecem e se não a conhecem a interpretam de forma equivocada e não
a aceitam.
J.A: Os espíritas
tem sua imagem fortemente associada à prática do bem e da caridade.
Quais os projetos que o Centro almeja para Parintins?
D.T: Temos
a distribuição de sopa e donativos para pessoas carentes.
Recebemos esses donativos de algumas pessoas, por meio de uma
atividade chamada Campanha
da Fraternidade Auta
de Souza,
na qual escolhemos uma rua, levamos mensagens aos lares e pedimos
alimentos e roupas para distribuição.
J.A: Quais as
atividades realizadas pelo centro para a sociedade parintinense?
D.T: Atualmente
desenvolvemos trabalhos de evangelização infantil. Tem o estudo da
doutrina espírita aos sábados, que nos permite conhecer o ser
através do Espiritismo. Tem a conversa fraterna ou triagem que serve
como tratamento espiritual. Tem também a Palestra Pública do
Evangelho, Tratamento Espiritual com palestra sobre família, vício
e temas postulados pela doutrina espírita.
J.A: Há quanto
tempo o centro espírita de Parintins está instalado no município?
Qual a origem do nome?
D.T: Segundo
o pesquisador Samuel Magalhães, a doutrina espírita está aqui
desde 1907. Nesse período o centro chama-se Grupo Espírita Amor e
Caridade. Em 2004, quando conheci o Samuel, organizamos um centro na
cidade com o mesmo nome que situava-se na Rua Larga, mas não
tínhamos condições de mantê-lo e fechamos. Em 2009 formamos
novamente um grupo de três pessoas e com o passar do tempo foi
adquirindo novos membros, a partir daí criamos o centro. E por Anna
Prado ser parintinense e ter sido a maior médium de efeitos físicos
do Brasil e do mundo colocamos seu nome.
J.A: Quem foram
os precursores do espiritismo em Parintins?
D.T: Anna
Prado, Eurípedes Prado, Furtado Belém, Joaquim Colares e Tomazinho
Meireles.
J.A: Quais são
as maiores dificuldades enfrentadas pelo Centro para se manter em
Parintins?
D.T: Bem,
mantemos o centro com ajuda dos membros, ou doações vindas das
pessoas de fora e vendemos livros espíritas por meio do Clube do
Livro Espírita. Tudo para mantermos nosso centro.
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