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segunda-feira, 4 de março de 2013

Entrevista ping-pong com Danilza Teixeira

 Por: Juliana Azevedo
Danilza de Souza Teixeira, 39, é professora e intérprete de libras no colégio Estadual Brandão de Amorim. É representante do Centro Espírita de Parintins, desde 2009 e luta pela aceitação do espiritismo, que ela define como sendo a ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. Para quem ainda tem dúvidas ou quaisquer preconceitos sobre essa doutrina, ainda pouco esclarecida no seio da sociedade parintinense, Danilza fala abertamente sobre espiritismo e sua trajetória na entrevista a seguir, feita no Centro Espírita Anna Prado Amor e Caridade. 
 
Juliana Azevedo: Como você conheceu a doutrina espírita e por que a aderiu?
Danilza Teixeira: Conheci em 1997 por meio de um amigo. Fui a casa dele e quando olhei a biblioteca vi um livro que me chamou a atenção, chamado O Livro dos Médiuns de Allan Kardec. Emprestei o livro e a partir daí passei a estudar a doutrina espírita.
J.A: Você já passou por algum constrangimento ou preconceito por ser espírita?
D.T: (Risos) Sim, pois as pessoas tendem a confundir o espiritismo com quem mexe com magia negra. Sendo assim elas passam a ter outro olhar sobre o assunto por pura falta de conhecimento. E associam o espiritismo ao “demônio”. Por exemplo, eu tinha uma colega de trabalho e quando contei a ela que eu era espírita, ela se afastou de mim e hoje nem me dá um aperto de mão.
Preconceito e discriminação não me abalam, pois não importa se as pessoas não acreditam no que eu acredito agora, porque daqui a cem ou duzentos anos, em outra encarnação, elas irão crer. 
 
J.A: Muita gente confunde a doutrina espírita com a macumba (ou trabalhos para fazer mal as pessoas). Você acha que há certa dificuldade nas pessoas em aceitar o que é o espiritismo?
D.T: Bem, tudo o que é novo causa certo conflito, pois traz uma gama de novos conceitos e apesar da Doutrina Espírita ter surgido no século XVIII ainda é muito jovem. E por ela ser nova as pessoas não a conhecem e se não a conhecem a interpretam de forma equivocada e não a aceitam.
J.A: Os espíritas tem sua imagem fortemente associada à prática do bem e da caridade. Quais os projetos que o Centro almeja para Parintins?
D.T: Temos a distribuição de sopa e donativos para pessoas carentes. Recebemos esses donativos de algumas pessoas, por meio de uma atividade chamada Campanha da Fraternidade Auta de Souza, na qual escolhemos uma rua, levamos mensagens aos lares e pedimos alimentos e roupas para distribuição. 
 
J.A: Quais as atividades realizadas pelo centro para a sociedade parintinense?
D.T: Atualmente desenvolvemos trabalhos de evangelização infantil. Tem o estudo da doutrina espírita aos sábados, que nos permite conhecer o ser através do Espiritismo. Tem a conversa fraterna ou triagem que serve como tratamento espiritual. Tem também a Palestra Pública do Evangelho, Tratamento Espiritual com palestra sobre família, vício e temas postulados pela doutrina espírita. 
 
J.A: Há quanto tempo o centro espírita de Parintins está instalado no município? Qual a origem do nome?
D.T: Segundo o pesquisador Samuel Magalhães, a doutrina espírita está aqui desde 1907. Nesse período o centro chama-se Grupo Espírita Amor e Caridade. Em 2004, quando conheci o Samuel, organizamos um centro na cidade com o mesmo nome que situava-se na Rua Larga, mas não tínhamos condições de mantê-lo e fechamos. Em 2009 formamos novamente um grupo de três pessoas e com o passar do tempo foi adquirindo novos membros, a partir daí criamos o centro. E por Anna Prado ser parintinense e ter sido a maior médium de efeitos físicos do Brasil e do mundo colocamos seu nome. 
 
J.A: Quem foram os precursores do espiritismo em Parintins?
D.T: Anna Prado, Eurípedes Prado, Furtado Belém, Joaquim Colares e Tomazinho Meireles. 
 
J.A: Quais são as maiores dificuldades enfrentadas pelo Centro para se manter em Parintins?
D.T: Bem, mantemos o centro com ajuda dos membros, ou doações vindas das pessoas de fora e vendemos livros espíritas por meio do Clube do Livro Espírita. Tudo para mantermos nosso centro. 

 

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