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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

ENTREVISTA COM ADRIANO AGUIAR

Por: Milanna Ambrósio e Vitor Gavirati

  "A sensação de emplacar uma  toada é como fazer um gol".


Na semana da gravação do DVD do Boi Caprichoso, o Jornalistando conversou com Adriano Aguiar, 28, compositor de toadas do bumbá azul. Em 2014, ele assina quatro canções que estarão presentes no repertório do touro negro. Adriano é um dos responsáveis por compor as toadas que o boi da estrela na testa usou como tema nos últimos três festivais folclóricos: A magia que encanta, Viva a cultura popular e Centenário de uma paixão. Na conversa com os universitários, Adriano Aguiar falou sobre as composições, os planos para o futuro e deu risadas ao contar histórias do mundo da toada.  


Jornalistando: Como surgiu o seu interesse em compor toadas?

Adriano Aguiar: Com uns doze anos de idade comecei a me interessar por toadas. Minha mãe toca violão e aprendi a tocar com ela. Sempre tive interesse em compor. Nos trabalhos de escola eu gostava de escrever paródias e procurava me envolver nessa parte de composição.


J.: Você compõe outros gêneros além de toada?

A. A.: No Carnaval eu componho marchinhas e, em época de campanha, faço jingles políticos. Nunca tentei outros gêneros, mas se tivesse oportunidade, eu arriscaria.



J.: A primeira toada que você escreveu foi logo aprovada?

A. A.: Não. Em 2003, compus duas toadas para concorrer, mas não passaram. Voltei a colocá-las na disputa junto com outras toadas em 2004, e não passaram. Eu desanimei, pensei que apenas composições entre as pessoas da “panelinha” da diretoria fossem aprovadas.



J.: E agora falam que você faz parte dessa “panelinha”...

A. A.: É verdade (risos). Agora eu estou no meio disso. Até entendo porque falam isso de que só pessoas “com nome” conseguem ter toadas aprovadas. Então, em 2007, com as mudanças que o Caprichoso sofreu na diretoria, na comissão de arte e itens, eu vi esse momento como uma nova chance de colocar as toadas no CD. Tanto é que tinha muita gente nova naquele ano, muito compositor novo. E então, foi aprovada a toada.



J.: Qual foi a primeira toada que passou?

A. A.: Na verdade, passaram quatro toadas: Deusa do Amor – que é uma das mais conhecidas, porque é da porta-estandarte – duas de figura típica e uma mais tradicional, que fala de boi.



J.: Pelo que observamos nas suas últimas composições, a maioria delas fala do amor pelo boi e do festival. Este é o tema que você prefere retratar nas toadas?

A. A.: Comentam muito pelo fato de eu conseguir emplacar muitas toadas, mas isso acontece porque eu faço toadas de todos os estilos, de celebração, de figura típica, de ritual, etc. Geralmente, cada compositor tem seu estilo, uns gostam de falar de tema, de tribo, e eu não. Já consegui fazer em todos os estilos, por isso, a possibilidade de passar mais toadas é maior. No início, eu fiz muitas toadas de figura típica. De 2010 pra cá, procurei compor toadas para a galera, toadas de festa e sentimento.



J.: Há algum motivo específico para isso?

A. A.: Financeiramente (risos), a que mais rende é a da galera, pois é mais tocada e tem mais arrecadação autoral. Não é como ritual ou lenda, que toca só uma noite. Mas eu gosto dos dois estilos, tanto a parte tribal quanto a de galera.


J.: Qual sua composição preferida?

A. A.: (Pausa) Na verdade, são três: A chegada do meu boi, de 2010, com a volta do David Assayag, que até hoje o Caprichoso entra com ela. “Até o coração já se rendeu, bateu mais forte quando viu meu boi chegar...” (cantou). Sensibilidade – não tem como não citá-la, porque é um outro formato de toada, que mexe com o emocional. A outra é Paixão De Uma Nação, do ano passado, que conta a história de uma pessoa que já fez de tudo no boi.



J.: Você busca expressar seu sentimento pelo boi nas toadas?

A. A.: Em algumas toadas é necessário expressar esse sentimento. Existem duas linhas de criação: as genéricas e as temáticas. Genéricas são as de item, da galera, de evolução, da Marujada, de entrada e temáticas são aquelas de ritual, lenda, figura típica, tribal e o tema principal do boi. De grosso modo, algumas necessitam fundamento teórico, outras, sentimento.



J.: Você falou das toadas de tema principal do boi. Nos últimos anos, suas composições são as escolhidas para embalar a temática do Caprichoso. Como você conseguiu isso, Adriano?

A. A.: De 2010 pra cá a gente vem acertando. Esse ano, Amazônia Táwapayêra, na verdade só não é a toada tema porque no CD existem três toadas que sustentam o tema.

Inovar e expressar o sentimento pelo boi

 são características das toadas de Adriano



J.: Adriano, agora explique aos nossos leitores: o tema principal do boi não é divulgado no edital, então, como acertar o tema na hora de compor?

A. A.: É aí que entra a questão da panelinha (risos). Na verdade, o slogan é divulgado, só que a proposta não (risos). Eles falam superficialmente, até para a proposta do boi não vazar. Como Táwapayêra, eles falaram que a apresentação teria algo mais místico, mais tribal, em que a Amazônia aparece de forma sobrenatural.



J.: Escrever uma toada de ritual ou lenda e que fale do místico dá mais trabalho, não é verdade?

A. A.: Sim, até porque quando você vai se inscrever no concurso de toadas é preciso entregar em anexo a pesquisa feita sobre o tema. Se levar um ritual sem fonte de pesquisa ele é desclassificado.



J.: Qual o seu método de trabalho na hora de compor?

A. A.: Às vezes, estou andando de moto, ou em um ensaio no curral e até mesmo no bumbódromo, e vem uma ideia, então, você pensa que ficaria legal uma toada sobre o que acabou de pensar. Mas tem aquele momento em que sentamos para compor, pegamos o violão, começamos a cantarolar, fazer melodias.



J.: Você tem algumas parcerias. Como funciona o trabalho de vocês?

A. A.: Tem o Geovane Bastos e o Guto Kawakami. O Geovane sempre foi meu amigo e gosta de boi. Em 2007, fizemos uma toada de figura típica. Desde então, mantemos essa parceria. Já o Guto é meu amigo há uns quatro anos, amizade que começou por causa do boi.



J.: De acordo com uma matéria publicada no site Parintins 24h, você ajudou a compor uma toada que estará no Combo Áudio Visual, mas foi sua mãe quem assinou com Geovane Bastos. Confirma isso?

A. A.: Na verdade, a minha mãe tinha uma melodia de música, eu só fiz algumas adaptações, porque o estilo dela de toada é aquele mais antigo, tradicional. Então, eu modernizei.

 

J.: Mas Adriano, o que você acha da modernização das toadas ?

A. A.: Eu acho que isso é bom. Não querendo desmerecer as toadas antigas, mas elas não traziam muito conteúdo, apenas o sentimento, a brincadeira do boi. Agora, com toda essa ramificação que o boi sofreu, com a entrada do estilo ritualístico a partir da década de 90, o ritual passou a ser a parte mais esperada do boi, a apoteose.



J.: Mesmo com todo o trabalho que envolve a composição de uma toada, percebemos que o compositor não é muito reconhecido. Você considera seu trabalho desvalorizado?

A. A.: Temos uma brincadeira interna entre os compositores. Quando estamos reunidos, comentamos que o nosso momento na mídia é só quando divulgam as toadas (risos). Depois disso, é item e alegoria, que dão vida à ideia da toada.



J.: O que um compositor precisa fazer para ter suas toadas emplacadas com sucesso?

A. A.: Tem que ser bom (risos)! Ele tem saber o que está fazendo, procurar ouvir a opinião de outras pessoas, não ficar apenas com a sua impressão da toada. Eu faço isso! Tem gente que até brinca porque eu faço lobby, ou seja, ligo para alguém da diretoria e peço para eles ouvirem a toada. Quando os outros compositores descobrem, eles brincam: ‘Ah, você estava cantando para o cara?!’ (risos). Além disso, tem que inovar! As rimas estão muito batidas, são as mesmas expressões em muitas toadas.


J.: Você sempre compôs para o Caprichoso. E toada para o Garantido? Jamais?

A. A.: (Pausa) Tem uma história que algumas pessoas lembram de vez em quando, mas eu prefiro não lembrar (risos). Tem um concurso de toadas em Parintins. Em 2011, eu escrevi Miscigenação com Enéas Dias, compositor do Garantido. Nós colocamos essa toada para concorrer e ela foi a campeã. Quando uma toada ganha esse concurso, ela vai direto para o CD do boi. E para ter mais chances de ir para o CD, escrevemos toadas para os dois bois. A que escrevi para o Caprichoso ficou em terceiro lugar, e a Miscigenação, que escrevemos para o Garantido, foi para o CD. Até oferecemos ao Caprichoso, mas eles recusaram. O Garantido aceitou sem imaginar a repercussão que teria, porque praticamente levou o boi ao título. E hoje falam que fui um dos culpados pela derrota do Caprichoso (risos). No CD, a toada ficou no nome do Enéas e do meu cunhado.



J.: O que você espera da gravação do DVD do Caprichoso e do festival esse ano?

A. A.: A gravação vai ser muito bacana. Vai ser diferente de todas as gravações que os bois já fizeram. É uma proposta nova, que envolve magia, misticismo, algo teatral. Vai valer a pena participar disso, vai ser épico! Sobre o festival: acho que vai dar Caprichoso (risos).



J.: E quais os seus projetos para o futuro, Adriano?

A. A.: Eu estou escrevendo um livro sobre a divisão que existe entre as toadas agora: as temáticas e as genéricas, que podem ser chamadas de comerciais e de arena também, respectivamente. Se tudo der certo, antes do festival estarei lançando.

GRUPO: Gilvaneide Castro; Kayla Lima; Milanna Ambrósio; Vitor Gavirati; Wanderley.
Créditos de foto: Facebook de Adriano Aguiar e Site Parintins.com

segunda-feira, 4 de março de 2013

Entrevista ping-pong com Mauro Tavares

 Por: Elba Guimarães
 
O vereador Mauro Tavares, eleito no município de Nhamundá na eleição do ano 2012, anuncia suas expectativas para pôr em prática seus projetos de trabalho para aquela cidade. Revela que além de um compromisso com seus eleitores e com o município, se tornou a realização de um grande sonho e que pretende corresponder a confiança depositada nele, uma vez que considera seus eleitorandos verdadeiros amigos, mas que reconhece sua imensa responsabilidade. Na entrevista a seguir, concedida na casa do vereador, ele revela algumas de suas pretensões durante os quatro anos de seu mandato no legislativo nhamundaense.
 
Elba Guimarães: Baseado em seu relato relato, o sr. diz reconhecer sua responsabilidade diante do seu eleitorado, poderia citar algumas de suas principais propostas?
Mauro Tavares: Minha vida sempre foi de desafios. Hoje estou encarando mais um desses desafio que Deus colocou na minha vida, então as principais propostas como legislador é contribuir na elaboração do Plano Diretor do município, assim como a elaboração do plano de gestão dos resíduos sólidos direcionado ao tratamento do lixo, que é um fator que muito prejudica o município pelo fato de não ter um local adequado para o devido tratamento do lixo produzido pela população. Na área da saúde solicitar ao prefeito que contrate profissionais nas áreas especificas como pediatras, ortopedistas e outros. Na educação, eu, como professor, pretendo contribuir para o melhor desenvolvimento das crianças buscando projetos que venham solucionar problemas enfrentados no dia a dia da sala de aula.
E.G: Durante seu trabalho na campanha eleitoral, quais foram as maiores dificuldades para se eleger vereador?
M.T: Eu como candidato de oposição, a maior dificuldade que enfrentei foi o lado financeiro, porque apresentava minhas propostas de trabalho. Já os adversários tentavam corromper os eleitores prometendo vantagens. Na maioria das vezes tentavam comprar o voto de cada cidadão, mas hoje podemos dizer que o povo já está mais consciente da importância de seu voto. Consegui chegar à vitória, apresentando propostas de trabalho que venham trazer vantagens para os cidadãos nhamundaenses.
E.G: É sabido que o município de Nhamundá tem 11 mil eleitores. Como você se sente ficando com a quinta colocação, tendo alcançado 3,3% dos votos, totalizando 313 uma vez que você concorreu com sessenta candidatos?
M.T: Me senti muito honrado pela confiança depositada em mim para que eu possa contribuir com o trabalho em beneficio do povo. A quinta colocação entendo que tenha sido o reconhecimento do trabalho que venho desenvolvendo ao longo de dezesseis anos na área do magistério. Isso sem dúvida contribuiu para a vitória.
E.G: Você se destaca pela sua trajetória de vida como professor da zona rural, por ter trabalhado como pedreiro e ter sido líder comunitário. Essa sua trajetória influenciou de alguma forma na sua luta politica?
M.T: Sem dúvida. Pelo fato de ter trabalhado como professor, de ser uma figura pública, o pedreiro tem seu lado profissional que faz com que tenha um contato direto com pessoas, da mesma forma o líder comunitário. Então isso contribuiu muito na decisão dos eleitores pelo fato de conhecerem meu potencial e por poderem observar a minha seriedade como pessoa que convive junto dos comunitários, pela minha determinação para trabalhar em beneficio do bem comum.
E.G: Enfim o que você pretende fazer para se diferir dos candidatos que já passaram pela câmara de Nhamundá ou dos que cumprirão mandato junto com você?
M.T: Realizar o trabalho que é designado a um legislador, procurar observar as leis e segui-las, elaborar projetos que venham beneficiar a comunidade, tanto na área urbana como da zona rural e procurar, acima de tudo, ter humildade e reconhecer quando erramos, porque certamente erros acontecerão. Mas de uma certa forma procurar fazer acertos em cima desses erros e fazer um trabalho que venha fazer a diferença no nosso município.

Entrevista ping-pong com Antônio Catalão

 Por Ariana Silvia

O Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (Icsez) da Universidade Federal do Amazonas em Parintins, realizou no mês de Janeiro a eleição para a escolha dos novos representantes dos discentes no Conselho Diretor da instituição, o Consedir. E o diretor da unidade acadêmica, Antônio Heriberto Catalão Júnior, em entrevista exclusiva, disse que a ideia é que os acadêmicos queiram ter discentes que possam representá-los nas escolhas de decisões do conselho, que tem um papel fundamental nas conquistas da comunidade acadêmica, por ser a instância maior e mais importante do Icsez. Catalão também fez considerações sobre o seu desempenho juntamente com outros conselheiros do Consedir na sua gestão, e falou da importância da escolha e o papel que desempenharão com o restante da equipe. O diretor também falou dos problemas gerados pela greve e fez avaliação do seu mandato.

Ariana Sylvia: Tendo em vista a eleição do CONSEDIR que está se aproximando, o senhor como diretor do ICSEZ, como vê o fato da livre escolha dos discentes por representantes que possam concorrer para fazer parte do Conselho?
Antônio Catalão: Eu acho que é fundamental para a vida acadêmica que os discentes tenham essa representação no conselho, que sejam representantes escolhidos por eles mesmos, tendo em vista que isso é uma conquista histórica do movimento estudantil e não só do movimento estudantil, quanto de toda a comunidade. Tanto acho que propus isso ao conselho diretor, já que nós esperávamos que no primeiro momento eles próprios se organizassem. Como não houve essa atitude por parte dos estudantes, então tivemos a iniciativa de formar uma comissão que pudesse desencadear esse processo, justamente para que eles não ficassem mais tempo sem sua representação no conselho, uma vez que é o conselho máximo da nossa comunidade acadêmica.

A.S: Os representantes que forem escolhidos, o que irão fazer? Apenas fiscalizar ou suas opiniões influenciarão na decisão do conselho? O senhor pode nos fazer uma prévia e traçar um perfil desse tipo de atuação ou como deverão atuar?
A.C: Os representantes discentes participam de todas as discussões, são membros normais do  nosso conselho. Por exemplo, ontem realizamos a nossa reunião extraordinária, foram decididas  muitas coisas como solicitação de salas da antiga UFAM por parte de um professor, projetos, pedidos de alunos que tiveram problemas na solicitação de matrículas, estágio probatório, pedido de progressão da carreira dos professores, isso apenas o que decidimos na reunião do mês de janeiro, ou seja, todas as decisões mesmo. Faz um ano mais ou menos que nós decidimos que a casa estudantil seria construída aqui no nosso campus, que estava prevista para ser no centro da cidade. Havia uma demanda de alunos e decidimos trazê-la para cá, levamos para o Conselho Diretor e juntos decidimos isso, quer dizer, todas essas discussões passam pelo Conselho, então é importante que os representantes sejam ativos nessa discussão, portanto é essencial a participação deles, a opinião, a decisão e o voto dos representantes tem o mesmo peso que dos outros conselheiros. Portanto eles atuarão desta forma.

A.S: Os últimos representantes dos discentes no conselho eram estudantes de jornalismo. O senhor consegue fazer uma avaliação, no seu ponto de vista, da atuação deles?
A.C: Eu acho que eles atuaram bem. Eles foram eleitos em situações diferentes, então o Thiago Godinho entrou primeiro e teve uma atuação mais ampla pelo tempo maior em que ficou, mas eu acho que os dois tiveram uma boa atuação. O João Áreo assumiu em 2011 quando eu já estava na gestão, depois tivemos a greve e em seguida, quando retornamos, ele já estava defendendo o TCC, mas pelo tempo que ficou desempenhou uma atuação significativa e acho que os estudantes foram bem representados nesse período em que tiveram uma participação excelente.  No tempo em que ficaram nos ajudaram bastante e foram muito importantes no conselho.

A.S: Aproveitando o gancho desta oportunidade, sabemos que a greve desarticulou ou desestabilizou muitas coisas no ICSEZ, deduzimos então que deve ter sido muito difícil para o senhor como diretor deste instituto. Como conseguiu lidar com esta situação?
A.C: Não existe greve sem perda, não existe greve sem prejuízos, aliás, esta é a própria finalidade da greve. Ouve sim uma série de dificuldades com relação ao calendário acadêmico e da parte administrativa, licitações que não foram feitas, projetos que deveriam ter andado e não puderam andar, porque a greve não foi só dos professores, a greve foi dos técnicos também, ou seja, dos servidores federais e eu sempre fiz questão como diretor, de apoiar a greve. Eu não sou diretor, eu estou diretor, eu sou um professor e fiz questão de deixar  isso bem claro  e firmar esse compromisso com a minha categoria. Da nossa parte nós elaboramos documentos e enviamos e-mails para outras unidades acadêmicas, articulamos e fizemos um documento oficial  de apoio. A greve sempre traz dificuldades, porque esse é o seu propósito, nós como membros, sentimos muito, mas, é importante uma reivindicação como essa, fizemos questão de participar desse movimento, de uma maneira ativa, achamos que naquele momento era o mais importante a fazer.

A.S: Já fazem quase 2 anos da sua gestão no ICSEZ. Quanto a ela, o que foi feito? Há algum plano ou projeto que não foi realizado. Qual?
A.C: Estamos nos aproximando da metade do mandato e a greve atrasou muito, por exemplo, a licitação da casa dos estudantes. Nós estamos andando com a construção do bloco específico do curso de artes, existe o projeto do restaurante universitário, que ficou parado por causa da greve também, já entregamos o projeto arquitetônico do restaurante, mas, isso não é daqui é de lá, um problema resolvido por lá. Nós estamos esperando. Fora os prejuízos administrativos, tivemos prejuízos financeiros em que o governo contingenciou, como verbas federais que voltaram, porque o governo estabelece um prazo para aplicar o dinheiro e com a greve, tivemos dificuldade de estabelecer uma ementa orçamentária, o que fez com que a quantia fosse contingenciada. Só neste período de greve, tivemos um prejuízo de 13 bilhões de reais que estavam previsto por emendas parlamentarias que talvez nem tanto  culpa da greve, mas de origem mais política do que propriamente técnica.

A.S: Com relação ao seu desempenho de diretor, como o senhor avalia? Quais as suas considerações?
A.C: Olha, eu faço uma avaliação positiva que se e estende a toda uma equipe  que desempenhou um papel muito importante. Do ponto de vista administrativo e a toda comunidade, afinal, muitas coisas foram feitas desde que chegamos aqui até o atual momento. Os nossos professores, alunos e técnicos avançaram,as nossas conquistas foram no sentido amplo. Tivemos a ampliação do auditório, colocamos cadeiras melhores e mais confortáveis, equipamos os nossos laboratórios com bastantes materiais e quem estudou aqui antes da nossa administração sabe disso. Tivemos a construção do nosso ginásio poliesportivo que ficou pronto, foram conquistas coletivas. Mobiliamos todas as salas dos professores, que quando nós assumimos, não tínhamos nem cadeiras. Aumentamos o número de livros em 40% na biblioteca, os números de Pibics, quase quadriplicaram de 12 para 40. Tem conquistas que precisamos mencionar, mas ainda existem coisas que precisam ser feitas e estamos no processo de transformação de unidade acadêmica para Universidade, o que facilitará na construção do nosso próprio plano orçamentário que contribuirá muito para a comunidade em geral.

Entrevista ping-pong com Danilza Teixeira

 Por: Juliana Azevedo
Danilza de Souza Teixeira, 39, é professora e intérprete de libras no colégio Estadual Brandão de Amorim. É representante do Centro Espírita de Parintins, desde 2009 e luta pela aceitação do espiritismo, que ela define como sendo a ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. Para quem ainda tem dúvidas ou quaisquer preconceitos sobre essa doutrina, ainda pouco esclarecida no seio da sociedade parintinense, Danilza fala abertamente sobre espiritismo e sua trajetória na entrevista a seguir, feita no Centro Espírita Anna Prado Amor e Caridade. 
 
Juliana Azevedo: Como você conheceu a doutrina espírita e por que a aderiu?
Danilza Teixeira: Conheci em 1997 por meio de um amigo. Fui a casa dele e quando olhei a biblioteca vi um livro que me chamou a atenção, chamado O Livro dos Médiuns de Allan Kardec. Emprestei o livro e a partir daí passei a estudar a doutrina espírita.
J.A: Você já passou por algum constrangimento ou preconceito por ser espírita?
D.T: (Risos) Sim, pois as pessoas tendem a confundir o espiritismo com quem mexe com magia negra. Sendo assim elas passam a ter outro olhar sobre o assunto por pura falta de conhecimento. E associam o espiritismo ao “demônio”. Por exemplo, eu tinha uma colega de trabalho e quando contei a ela que eu era espírita, ela se afastou de mim e hoje nem me dá um aperto de mão.
Preconceito e discriminação não me abalam, pois não importa se as pessoas não acreditam no que eu acredito agora, porque daqui a cem ou duzentos anos, em outra encarnação, elas irão crer. 
 
J.A: Muita gente confunde a doutrina espírita com a macumba (ou trabalhos para fazer mal as pessoas). Você acha que há certa dificuldade nas pessoas em aceitar o que é o espiritismo?
D.T: Bem, tudo o que é novo causa certo conflito, pois traz uma gama de novos conceitos e apesar da Doutrina Espírita ter surgido no século XVIII ainda é muito jovem. E por ela ser nova as pessoas não a conhecem e se não a conhecem a interpretam de forma equivocada e não a aceitam.
J.A: Os espíritas tem sua imagem fortemente associada à prática do bem e da caridade. Quais os projetos que o Centro almeja para Parintins?
D.T: Temos a distribuição de sopa e donativos para pessoas carentes. Recebemos esses donativos de algumas pessoas, por meio de uma atividade chamada Campanha da Fraternidade Auta de Souza, na qual escolhemos uma rua, levamos mensagens aos lares e pedimos alimentos e roupas para distribuição. 
 
J.A: Quais as atividades realizadas pelo centro para a sociedade parintinense?
D.T: Atualmente desenvolvemos trabalhos de evangelização infantil. Tem o estudo da doutrina espírita aos sábados, que nos permite conhecer o ser através do Espiritismo. Tem a conversa fraterna ou triagem que serve como tratamento espiritual. Tem também a Palestra Pública do Evangelho, Tratamento Espiritual com palestra sobre família, vício e temas postulados pela doutrina espírita. 
 
J.A: Há quanto tempo o centro espírita de Parintins está instalado no município? Qual a origem do nome?
D.T: Segundo o pesquisador Samuel Magalhães, a doutrina espírita está aqui desde 1907. Nesse período o centro chama-se Grupo Espírita Amor e Caridade. Em 2004, quando conheci o Samuel, organizamos um centro na cidade com o mesmo nome que situava-se na Rua Larga, mas não tínhamos condições de mantê-lo e fechamos. Em 2009 formamos novamente um grupo de três pessoas e com o passar do tempo foi adquirindo novos membros, a partir daí criamos o centro. E por Anna Prado ser parintinense e ter sido a maior médium de efeitos físicos do Brasil e do mundo colocamos seu nome. 
 
J.A: Quem foram os precursores do espiritismo em Parintins?
D.T: Anna Prado, Eurípedes Prado, Furtado Belém, Joaquim Colares e Tomazinho Meireles. 
 
J.A: Quais são as maiores dificuldades enfrentadas pelo Centro para se manter em Parintins?
D.T: Bem, mantemos o centro com ajuda dos membros, ou doações vindas das pessoas de fora e vendemos livros espíritas por meio do Clube do Livro Espírita. Tudo para mantermos nosso centro. 

 

Entrevista ping-pong com Telo Pinto

 Por Naiara Guimarães

Ocupando o cargo de Presidente da Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido desde o ano de 2010, Francisco Walteliton de Souza Pinto, ou simplesmente Telo Pinto, teve destaque com a implantação de um sistema administrativo onde o sócio se tornou mais participativo dos atos da associação. Também trouxe consigo uma nova perspectiva de agregação de valores folclóricos ao boi-bumbá, quando inseriu a festa com brincantes de outros movimentos populares da região norte. Foi inovador ao lançar o primeiro DVD dos bois, que embalou em 2011 um novo formato de apresentação dentro do Bumbódromo, o que o levou ao título, sempre resguardando a tradição do Garantido, tornando o espetáculo extremamente técnico e preciso. Em uma entrevista descontraída em sua casa, Telo nos conta sobre sua trajetória como presidente do boi Garantido, carinhosamente também chamado de boi do povão.
Naiara Guimarães: Com problemas financeiros oriundos da administração anterior, quais foram as rincipais dificuldades encontradas o seu primeiro ano de mandato? A derrota na arena neste ano teve influencia direta com esses fatos?
Telo Pinto: Recebemos o boi de uma forma complicada do ponto de vista financeiro,com muitas dividas frutas dos desmandos da administração anterior, e organizar a casa não foi fácil. Foi preciso fazer um levantamento de dívidas, bem como suas negociações e instalar uma nova estrutura administrativa, para que pudéssemos começar a pensar em fazer um grande festival. E naquele ano não considero o Garantido derrotado, pois foi trabalhado em cima de muita superação frente as adversidades financeiras e da própria estrutura do Boi, como por exemplo o caso do Davi Assayag que deixou o Garantido de uma forma que nos entristeceu e que causou muito desconforto, e que abriu uma lacuna que mais tarde veio a ser preenchida por Robson Jr, que nomeamos como Levantador, mas que por uma infelicidade do destino, teve um problema de saúde que nos deixou a poucos dias do festival sem perspectivas de preencher esse cargo tão importante que é o de levantador de toadas. Somente a dois dias do festival tivemos a felicidade de encontrar o jovem Sebastião Jr que nunca havia participado se quer de um único ensaio do nosso boi como cantor. Mas ainda voltando ao fato de termos perdido, também tivemos um problema que considero terrível na parte de concepção artística, pois fizemos um boi grande demais para o tamanho da arena, o que ocasionou na perda de minutos preciosos que foram determinantes para o desconto de pontos na apuração.
N.G: Em 2011, com uma postura arrojada, o Boi Garantido lançou um DVD, considerado por muitos a melhor seleção de toadas de todos os tempos, além disso, trouxe para somar ao seu elenco de dançarinos um grupo de Jurutí que foi fundamental nas coreografias de tribos e corpo cênico, e ainda teve a consagração de Sebastião Júnior, que conquistou seu espaço e torcida como Levantador de Toadas. Com tudo isso, e o título nas mãos naquele ano, como você avalia seu segundo ano a frente do Bumbá?
T.P: Considero um dos festivais mais bonitos feitos pelo Boi Garantido. Falar do festival de 2011 nos remete a um sentimento nostálgico, do ponto de vista da concepção artística e do desprendimento que o boi teve. Foi um festival que começou dando certo desde a ideia inicial de se fazer um DVD, até o Bumbódromo, e havia uma movimentação muito forte em relação a busca pela vitória do Garantido. Eu considero o festival de 2011 um marco para todos nós, ali se encerrava um ciclo, e era dado inicio a outro, e encerramos de forma brilhante ganhando o festival. O CD/DVD Miscigenação é grandioso e tem toadas que marcaram época e que vão se eternizar ao longo dos anos. Mas sempre com os pés no chão, sabendo que enfrentaríamos as dificuldades, principalmente as dívidas, mas acima de tudo, assumindo o compromisso de resgatar o nome do Boi Garantido. Pois tão importante quanto um título, para mim é vencer nossas batalhas jurídicas e financeiras.
N.G: Novamente com um projeto estabelecido nos moldes do ano anterior, em 2012, o Mega Show de Gravação do DVD do Garantido, que teve como palco um Bumbódromo completamente tomado de vermelho, trazia a impressão de que por mais um ano o Garantido seria imbatível. Entretanto, o contrário apresentou uma estrutura muito semelhante, muitos dizem até copiada. Isso foi determinante para que o Garantido perdesse o título de 2012? Você considera que a estrutura atual do boi de arena foi copiada e superada pelo adversário naquele ano?
T.P: Começamos o ano de 2012 com muito foco em engrandecer ainda mais o trabalho que havíamos iniciado em 2011. Com um projeto grandioso que nos remeteu a um desafio que foi enfrentado com sucesso por todos nós que foi a gravação de um DVD no Bumbódromo, onde nos perguntávamos se conseguiríamos enchê-lo de vermelho, e a galera vermelha e branca deu a resposta que queríamos, fazendo daquele dia um marco em Parintins. Muitas pessoas vieram de outras cidades, e aquela gravação do nosso DVD fez parecer que aquela era uma noite de festival acontecendo em Janeiro, tamanho foi o movimento de camisas encarnadas. O aeroporto foi super movimentado, barcos e lanchas atracavam de todos os lugares, enfim, houve um supermovimento por causa dessa gravação, o que nos deixou bastante confiantes. Infelizmente, por questões adversas a nossa vontade, tivemos inúmeros problemas, e o prior problema que considero foi a enchente, que nos obrigou a montar uma estrutura completamente improvisada para a confecção das nossas alegorias. No meu ponto de vista aí começou o declínio do nosso astral. Somado a isso, vieram os bloqueios judiciais de repasse de recursos que nos levou a um extremo de incertezas dentro do próprio boi. Somado a isso, acumulamos inúmeras despesas demandadas por conta da as´da da nossa estrutura de galpão para a rua. Isso ao final nos desgastou para a arena e não conseguimos ter a força necessária para o título.
N.G: Neste mesmo ano, um fato inédito aconteceu na arena. Você poderia esclarecer qual foi o fator que ocasionou o atraso para a apresentação do Garantido em uma das noites?
T.P: Em 2012, o contrário estava muito nervoso, havia perdido no ano anterior, e tiveram que assistir a cidade ser tomada por completo de vermelho em janeiro. Isso os levou a cometer uma série de atitudes contrario Garantido que julgo impróprias para que a festa continue seguindo num tom de brincadeira. O fator veio daí, o contrário sabotou o equipamento elétrico dos cabos de iluminação do Bumbódromo, que dão movimento e luz as alegorias. Isso foi comprovado por perícia e isso ocasionou no esfriamento da Galera, é claro, depois de enfrentar horas de filas por aquele momento e ter que passar por mais essa celeuma, é revoltante.
N.G: O boi também sofreu com a chuva em dois principais momentos da sua apresentação. Você entende que o fator natureza pode ter tido peso nas notas recebidas?
T.P: A natureza conspirou contra. Além da grande enchente, ainda tivemos de enfrentar, na noite que considerávamos a mais espetacular do ponto de vista artístico, em um ponto alto de nossa apresentação, 30 minutos de chuva torrencial. Mas nos mantivemos, lutamos, e acredito que mesmo com essas adversidades conseguimos mostrar um boi de qualidade frente a tantas dificuldades, cofiando sempre e acima de tudo em Deus para continuarmos com esse trabalho.
N.G: O ano de 2013 começa marcado por um embate entre um empresário local e o Garantido pela posse de uma área pertencente ao Boi que foi a leilão por decisão da justiça. Você poderia esclarecer qual é a atual situação deste ocorrido? O Garantido pode realmente perder este patrimônio?
T.P: No final do ano de 2012 para o inicio de 2013, tivemos esse problema que abalou nossa estrutura, por conta de um leilão de um patrimônio do Boi Garantido. É bom que se esclareça que esse galpão não foi leiloado por conta de nossa revelia. Buscamos a conciliação com os causadores do processo, e sempre brigamos juridicamente até a ultima instancia para sanar estas dividas. Infelizmente esse era um embate que se arrolava desde 2007e que veio a nos surpreender na instancia final onde tínhamos que dispor de R$50.000,00 para suspender o leilão, porém naquele momento o boi não tinha essa quantia devido os bloqueios que constantemente nos assombravam. O patrimônio foi adquirido por Francisco Vasconcelos, imediatamente tentamos um acordo com este empresário e chegamos a uma negociação. Infelizmente outras pessoas que tinham interesse contrário ao bem estar do Festival, se envolveram na negociação, chegando a fazer propostas volumosas ao empresário por este pedaço do Garantido. Isso nos levou a ter um embate jurídico junto aos tribunais e hoje se encontra suspensa a emissão de posse e ação do empresário nesta área do boi até que a corte dos desembargadores do Estado do Amazonas votem e deliberem pelo melhor comum. Estamos aguardando essa decisão, até lá continuaremos seguindo normalmente os trabalhos.
N.G: É constantemente anunciado na rádio, e televisão, que por conta de dívidas acumuladas ao longo de várias administrações, o Boi Garantido vem sofrendo com constantes bloqueios de suas contas. Como você pretende lidar com este problema que deve influenciar diretamente na construção do boi de arena? Você vislumbra uma solução a curto prazo? Esse problema também pode pesar negativamente na produção e execução do já tradicional e aguardado DVD do Boi Garantido neste ano do centenário?
T.P: É uma coisa que nos preocupa e que nos leva a ter uma atenção mais minuciosa. São inúmeras as ações contra o boi na justiça, como o caso da ex-Cunhã Poranga Jakeline Matos que teve um acidente em 1994, e que hoje chega em instancia final, onde temos que sentar e negociar para chegar um acordo que não venha a prejudicar todo o projeto financeiro do boi para o ano. Mas temos a consciência orçamentária devida para trabalhar o boi de arena com a responsabilidade que nos proporcionará fazer um belíssimo espetáculo, sempre buscando o entendimento e a conversa para fazermos os trabalhos do ano, que já começam agora com agravação do DVD O Boi do Centenário.
N.G: 2013 é anunciado com uma renovação no quadro de itens do Garantido. O posto de Porta Estandarte, ocupado até então por Raissa Barros, está sendo cobiçado por inúmeras jovens que sonham com a oportunidade de defender as cores vermelho e branco. Coma seleção em sua reta final, o que você espera encontrar na futura Porta Estandarte? Você acredita que mais mudanças de itens individuais possam acontecer até o final de sua gestão? Você vê como necessária essa renovação para que haja um envolvimento social maior com o boi entre os jovens que desejam fazer parte dessa festa?
T.P: Uma cobrança natural da comunidade do Garantido é a questão do tempo de permanência de cada item individual no seu cargo, principalmente os itens femininos. Tenho sido muito indagado no boi sobre essa questão. Esse ano tivemos um caso atípico, pois nossa Porta Estandarte, por motivos pessoais se desligará do item, abrindo também o espaço para se pensar sobre a permanência dos que agora estão. Temos feito avaliações, principalmente por que alguns deles não moram em Parintins e o boi de arena exige que haja uma maior interação e comprometimento por sua parte. Mas temos hoje um quadro de meninas prontas para assumir o posto vago, fizemos o concurso e ele já está em fase de computação de votos. Deste concurso além do Item Porta Estandarte, possivelmente também será escolhida as futuras substitutas dos demais itens.
N.G: Para você qual é o sentimento de estar à frente desta Brincadeira, “exatamente” um século depois de Lindolfo Monteverde cria-la? E como podemos esperar que o Garantido venha para a arena em uma ano que nos remete a imaginar que haverá um forte resgate a tradição da brincadeira de boi?
T.P: Estar a frente hoje do Garantido como Presidente é emocionante e envaidecedor. A mais de 18 anos trabalho no boi como coordenador, ajudante, diretor, e estou hoje no posto que é o ápice de todo torcedor. Ser Presidente do centenário me leva a uma emoção diferenciada, pela militância, pelas lutas, por tantos dias e noites dedicadas ao boi. E esse sentimento se confronta com essa enorme responsabilidade. Temos um título a ser recuperado, temos um festival para ser feito de forma grandiosa, pois é isso que a nação vermelha e branca espera. Estar a frente desta luta para fazer esse resgate da brincadeira no ano do centenário, é uma realização pessoal, que vou guardar em minha memória com emoção pelo resto de minha vida.

Entrevista ping-pong com Ronaldo Júnior

Ronaldo Júnior é um jovem formado em contabilidade pela Faculdade Unilasale. Também compositor e escritor mora a dois anos em Parintins e já faz parte das toadas do boi Garantido nessa cidade. Filho de um dos maiores compositores da nação vermelha e branca, o senhor Ronaldo Barbosa Pai, ele decide lançar um livro cujo tema não é tão comum. Na entrevista o jovem escritor manifesta a origem de seu dom e coloca questões referentes à obra que será lançada em 14 de maio. Dia em que fará 25 anos de idade se presenteando com um sonho realizado.
Glenda Garcia: Como você começou a compor? Como descobriu que tinha esse dom? A influencia de seu pai, Ronaldo Barbosa ajudou nessa descoberta?
Ronaldo Junior: Comecei com 14 anos, fazendo baladas pop/rock apenas para meu próprio entretenimento. E se descobre naturalmente. É algo que já está presente, não vem forçado e surge da necessidade de extremar um conforto de sentimentos. Mas tarde aceito o desafio de compor toadas. Crescer ouvindo o Ronaldo Pai compor me deu o norte necessário para que eu mantivesse um bom padrão nas minhas toadas, principalmente nos rituais, lendas e músicas temáticas.
G.G: Quantas e quais as suas composições?
Já escrevi algo em torno de 40 músicas, a maioria não relacionada a boi-bumbá e com estilos completamente diferentes deste, mas nenhuma destas cheguei a editar. Como eu disse anteriormente, tudo é hobby. E boi-bumbá surgiu como um desafio pessoal que deu certo, e de 2010 pra cá, já emplacar um total de sete músicas, sempre prezando pela inovação e qualidade.
R.J: Existe algo que inspira você a compor?
Alguém havia me dito uma vez, que na paz da solidão, margeado de natureza era possível se tocado por Deus se por este buscasse. Com minha música não é diferente. Ela surge de uma concentração interior que me transporta desta realidade para um universo de sons. Um momento de quietude, onde todos os sentimentos da natureza humana se confrontam na busca por aquele som que você quer usar.
G.G: Qual foi seu objetivo ao iniciar a criação do livro que você vai lançar esse ano?
R.J: Comecei a escrevê-lo com 15 anos e surgiu de um sonho que me veio. Na época, eu era um aficionado pelo livro Senhor dos Anéis e havia começado a ler Harry Potter devido o alvoroçante sucesso deste ultimo. Entretanto, este segundo não havia me agradado por que distorcia em muito a imagem que tinha dos “magos” descritos como bruxos pela autora. Isso me levou a criar um outro estereótipo para o mago contemporâneo, que somado ao ambiente do sonho que eu havia tido, me levou a ter vontade de escrever sobre sua história. Então, podemos dizer que o objetivo de começar o livro foi dar vida à história daquele personagem e a ele próprio.
G.G: O tema do livro está relacionado à suas composições?
R.J: Nem um pouco, estamos falando de um livro sobre uma Sociedade de Magos, ambientada neste século, cheia de poder e sabedoria, que em algum momento faz referencia ao xamanismo indígena, mas sem se aprofundar na temática.
G.G: Você pretende acrescentar alguma coisa a ele antes da estreia?
R.J: O livro está praticamente pronto, ainda estou trabalhando em alguns capítulos apenas para “enxugá-los”, mas uma vez ou outra, relendo, situações me levam a acrescentar algo que sinto que havia faltado. Afinal, comecei a escrevê-lo muito novo e de lá pra cá meu conhecimento sobre leitura e a própria escrita, melhoraram e esses ajustes são necessários.
G.G: Escritor favorito e por quê?
R.J: Neil Gaimain, por que trabalha o mítico e o mágico como ninguém.
G.G: Você acha que sendo um escritor jovem, ajuda ou dificulta na credibilidade que as pessoas darão ao conteúdo do livro?
R.J: O livro foi elaborado para um público que do inovador. Deve desagradar aos mais antigos, o verão em muitos aspectos “abominável”. E se fizer sucesso me chamarão de anticristo, que fiz pacto com o demônio e coisas desse tipo. Na verdade, não ligo muito para o que irão falar, é um desejo inteiramente me, poder lê-lo com o livro em mãos ou em um I-Pad. Da forma que vejo, com ilustrações marcantes de cenários nunca vistos em um conto. 
Glenda Garcia 

Entrevista ping-pong com Naldo Rodrigues


Por Evailza Pantoja

Francinaldo Rodrigues, mais conhecido como Naldo Rodrigues, nasceu em 22 de janeiro de 1968, parintinense, torcedor do boi Garantido, flamenguista, graduado em Letras (UEA) e acadêmico do curso de Comunicação Social\Jornalismo\UFAM. Naldo tem uma brilhante carreira como colunista social, tendo atuado em vários veículos de comunicação de nossa cidade. Atualmente assina as colunas: Vivendo Parintins, na revista Fatos&Fotos e está de volta ao Jornal da Ilha, onde estreou a coluna Quem é Vip Sempre Aparece! Tem uma coluna social eletrônica no programa Agora Parintins e além do seu site www.naldorodrigues.com.br. Nesta entrevista exclusiva ele nos conta os detalhes. Esbanja simpatia e aonde chega contagia a todos com sua alegria.
Evailza Pantoja: O que é ser um colunista social pra você?
Naldo Rodrigues: Ser colunista social para mim é algo que causa muito prazer e alegria. Mas eu sei da responsabilidade que essa função me traz.
E. P: Quando você decidiu seguir a carreira de colunista social?
N. R: Aconteceu por acaso, sem planejamento, comecei no ano de 2000, no Informativo Circuito Jovem, direcionado a classe estudantil.
E. P: Como é sua rotina de colunista?
N. R: A minha rotina de colunista social varia muito. Tem semanas que quase não tenho eventos para comparecer, já em outras fico com a agenda lotada.
E. P: Se você pudesse escolher alguma celebridade para ser entrevistada ou algum evento para ser coberto, quem ou o quê você cobriria?
N. R: A celebridade seria o colunista social Gilberto Amaral, que mora em Brasília. O evento seria o Baile de Carnaval, do Hotel Copacabana, no Rio de Janeiro. Eu adoro esse tipo de festa!
E. P: Houve alguma personalidade, evento ou acontecimento que mais marcou sua carreira?
N. R: Já entrevistei governador do estado e fotografei celebridades que vêm para o festival de Parintins. Posso destacar as cantoras Luciana Mello e Fafá de Belém.
E. P: Algumas pessoas criticam o trabalho de colunista social, alegando que se trata de boataria e não de jornalismo. O que você pensa disso?
N. R: Realmente as pessoas ainda têm essa visão distorcida do trabalho do colunista social, devido o colunismo de antigamente ser voltado somente para divulgar as festas, as viagens, as roupas das chamadas pessoas da sociedade. Mas hoje as coisas mudaram, a coluna social atual tem que ter conteúdo, tem que abordar vários assuntos, que vai de informações sobre pessoas, cultura e assuntos diversos. Ela tem o papel também de prestar serviço de utilidade pública. Mas o gancho principal da coluna social, em minha opinião, é a cobertura de festas e eventos. As pessoas gostam de ser vistas e o leitor gosta de saber como foi a festa e quem estava presente.
E. P: Você já se viu envolvido em alguma gafe cometida por alguma personalidade ou durante um evento?
N. R: Nunca me vi envolvido, mas já presenciei muitas gafes de muitos famosos locais. Mas, sobre esse assunto, eu prefiro ser discreto.
E. P: Parintins é um município de grande densidade cultural e artística. Isso ajuda na montagem de sua coluna?
N. R: Com certeza. Temos pessoas que se destacam na arte e na vida cultural da cidade. O nosso Festival Folclórico é a nossa identidade cultural, a nossa vitrine. O que escrevo na coluna serve de informação para pessoas ou profissionais da comunicação que moram em outros lugares e que estão ávidos por notícias de Parintins e do nosso festival.
E. P: Você participa de todo o processo de cobertura de um evento, festa ou acontecimento social?
N. R: Na maioria das vezes, sim.
E. P: Você e o único colunista social em Parintins?
Naldo Rodrigues) Pelo que eu observo, sim.
E. P: Como você é uma pessoa famosa o que não pode faltar no seu guarda-roupa?
N. R: Não digo que sou uma pessoa famosa, mas o meu trabalho acaba me projetando. O que não pode faltar em meu guarda roupa? Bom eu sou uma pessoa bastante simples. Mas camisas sociais, blazers, roupas adequadas para determinados eventos não podem faltar.
E. P: Como você se definiria em três adjetivos?
N. R: Eu me definiria como cômico, inteligente e estratégico. Mas quem me conhece sabe que apesar da responsabilidade com que eu conduzo o meu trabalho, eu sou uma pessoa bastante extrovertida.