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domingo, 3 de março de 2013

Entrevista ping-pong com Lucas Milhomens


Por: Kethleen Rebêlo
 
Depois de enfrentar uma greve de 118 dias, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) – Campus Universitário “Prof. Dorval Varela Moura” recebeu no período de 09 à 12 de dezembro de 2012 em Parintins a comissão do Ministério da Educação, designada por ofício, para a realização da Avaliação para Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo. O Prof. MSc. Lucas Milhomens, coordenador do curso, descreveu como foi realizada esta visita e expôs sua opinião sobre o processo de avaliação a qual o curso foi submetido. A seguir entrevista feita por e-mail.

Kethleen Rebêlo: De acordo com o relatório que contém a conclusão da avaliação feita pela comissão do MEC, o curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo do Campus Parintins, com o objetivo de construir uma formação cientifica e humanística que busca compreender a realidade e cultura amazônica, propõe aos discentes mecanismos de manutenção por meio de bolsas. De que forma é realizado estes trâmites? Qual é a participação dos docentes neste processo?

Lucas Milhomens: Há várias modalidades de bolsas na Ufam destinadas aos discentes, no caso do ICSEZ temos desde bolsas destinadas a iniciação científica (Pibic), a atividades de extensão (Pibex), bolsas trabalho (para o desenvolvimento profissional do acadêmico) e, também, a modalidade de bolsas permanência, uma auxílio da Instituição para os acadêmicos que não têm condições financeiras de permanecer no município. No caso do nosso curso somos responsáveis por três bolsas trabalho, ligadas especificamente à Coordenação do Curso (sob minha responsabilidade) e várias bolsas Pibic e Pibex sob responsabilidade de outros professores.

K. R: Na análise do MEC foi detectada que a matriz curricular do curso é composta por disciplinas que preveem aparências da realidade local. Que método é usado para acordar a composição disciplinar desta matriz? E como é implementada a metodologia do curso?

L. M: Existe, no âmbito do Curso, o Núcleo Docente Estruturante (NDE) responsável pelas discussões e alterações em nossa matriz curricular. Um dos pontos norteadores do NDE é justamente adequar nosso curso as necessidades locais, na medida que isso seja possível. Nossa intenção é corrigir possíveis falhas em nossas diretrizes e criar (ou excluir) disciplinas que representem tais necessidades como, por exemplo, a realidade amazônica e a comunicação.

K. R: As considerações feitas pela comissão sobre o corpo docente enfatizam sobre o Núcleo Estruturante do Curso. Qual vem ser sua função? Como ele é composto? E quais assuntos são discutidos em suas reuniões periódicas mensais e extraordinárias?

L. M: Essa pergunta foi respondida parcialmente na questão anterior. Hoje o NDE é composto por cinco professores e eu sou o presidente.

K. R: Professor, qual sua opinião sobre o relatório feito pela comissão do MEC ao corpo docente do curso e sobre a função do colegiado na gestão administrativa do instituto?

L. M: Acho que o relatório foi condizente com a verdade e o estágio que o curso está hoje. Somos um curso muito recente, temos menos de cinco anos de existência e já realizamos várias coisas. Nosso corpo docente está bem representado e é bastante atuante, basta elencar os inúmeros projetos já executados pelos mais diferentes professores do curso de Comunicação do ICSEZ. Um dos pontos avaliados negativamente pela Comissão do MEC foi a pouca experiência da quase totalidade de nosso corpo docente, com poucos anos de atividade. Neste item, por exemplo, não temos como fazer nada, a não ser tralharmos e adquirirmos mais tempo de serviço para as próximas avaliações. Sobre nossa função colegiada podemos considerar que somos um dos cursos mais atuantes no ICSEZ, discutindo e levando para as instâncias decisórias da Instituição todas as demandas que a nós é apresentada.

K. R: Como pôde ser observada, a menor nota dada na avaliação foi na dimensão da infraestrutura que o curso oferece aos alunos. Qual é a opinião do coordenador sobre o espaço de trabalho para coordenação do curso e serviços acadêmicos e o indisponível acesso dos portadores de necessidades especiais ao instituto?

L. M: Como você mesma observou, este é o maior "gargalo" hoje do Instituto. Nossa biblioteca não está digitalizada (não há sistemas de consultas online), ainda temos poucos títulos de livros previstos em nosso Plano Pedagógico do Curso (PPC) e não há um espaço físico específico para a Coordenação do Curso, a mesma funcionando na sala do atual coordenador. Outro problema sério e avaliado negativamente pela Comissão do MEC é a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência, o que precisa ser resolvido urgentemente. Estas questões precisam ser sanadas institucionalmente e estão para além de nossa administração como coordenador. O que podemos fazer (e estamos) é pressionar.

K. R: No quesito infraestrutura também foi notado pela comissão que a acessibilidade dos discentes aos equipamentos de informática, bem como aos laboratórios do curso são de fácil disponibilidade, com 75 máquinas funcionando em período integral. Fale um pouco sobre essa situação de infraestrutura, que ora é bem disponível com equipamentos e laboratórios atualizados e acessíveis, e ora com um acervo bibliográfico incompleto e indisponível.

L. M: Como respondi na questão anterior, nossa biblioteca não está alinhada a nossos laboratórios, ou seja, temos uma estrutura precária para nosso acervo bibliográfico e uma boa estrutura laboratorial, com computadores, câmeras, gravadores e máquinas digitais. O que é preciso ser feito, como já mencionei é a Instituição priorizar questões essenciais como uma boa e digitalizada biblioteca e uma infraestrutura adequada a legislação inclusiva.


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